quarta-feira, 29 de agosto de 2012

LUTA E EVOLUÇÃO

Mas então de que servem aos espíritos seguirem o caminho do
bem, se isso não os isenta dos caminhos das penas da vida
corporal?
- Chegam mais depressa ao alvo. Além disso, as penas da vida são
freqüentemente a conseqüência da imperfeição do espírito. Aquele que não for
invejoso, ciumento, nem avarento, ou ambicioso não passará pelos tormentos
que se originam desses defeitos.
(“O livro dos espíritos”, Questão nº133-a)

Fomos criados simples e ignorantes. Herdeiros de Deus, dormitam
em nós, em estado latente, todas as faculdades que, um dia
despertas, nos conduzirão ao estado de espíritos puros, isentando de
nossas lutas reencarnatórias.
O aproveitamento da lição depende do esforço e do empenho de
cada um. Espírito existem que permanecem séculos, quase sem
arredar o pé do próprio lugar, falhando sucessivas vezes nas provas
a que se submetem; outros sentem extrema dificuldade para
arredarem da mente as teorias errôneas que assimilaram – Teorias
que os condicionam a comportamentos e interpretações
equivocadas da verdade...
A têmpera do espírito, a sua docilidade, ou não às influências
que recebe do caminho, o tipo de terra em que se transforma para o
florescimento da semente, enfim, a sua atividade no bem e a sua
passividade perante o mal, são fatores decisivos para que ele
avance mais ou menos rapidamente.
Mesmo inconsciente de si, o espírito começa a lidar com a sua
própria essência, direcionando-se para os caminhos da sua
predileção. O livre arbítrio é que, aos poucos, tornando-o
plenamente responsável por suas atitudes, se lhe torna um entrave
ou alavanca do progresso.
O espírito que não cresce sofre para crescer; o espírito que cresce
paga o tributo da sua ousadia, antecipando-se àqueles que, no
comodismo, se sentem compelidos por ele a caminhar...
Os espíritos superiores não têm a mesma visão de mal que os
homens possuem; com as luzes que ascendem em seu interior,
desenvolve mais ampla compreensão da dor e do sofrimento,
entendendo a lágrima como processo indispensável. Por este
motivo, não se afligem e não se angustiam contemplando de mais
alto os pesares do homem que se arrasta com seu fardo;
compadecem-se, mas, conforme se encontra exarado nas luminosas
páginas do “Evangelho segundo o Espiritismo”, consideram que a
dor é uma bênção de Deus para seus eleitos”...
A verdade é que, sem verter o suor do sacrifício, desde o princípio
da criação até que se redima na cruz de suas mais altas aspirações,
o espírito não progride.
Cada dia, para ser proveitoso, há de significar para o homem na
Terra um desafio a ser superado.
Deus não nos criou para o ócio eterno – nem antes nem depois de
nossa redenção espiritual; individualmente, somos chamados a
cooperar no aperfeiçoamento da Oba Divina, e ninguém nos
substituirá na parte que nos cabe.
Ao passo que avança, o espírito passa a exigir muito mais de si
mesmo e se torna inquieto para realizar em si o Reino de Deus. O
que nos parece fanatismo e excessivo desprendimento das coisas do
mundo material é o incontido anseio de evolução que, em certas
circunstâncias o espírito experimenta, anelando o seu rompimento
definitivo com as trevas da ignorância milenar em que se acomoda.


Se Teus Olhos Forem Bons/C.Bacceli

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