quinta-feira, 18 de outubro de 2012

FORMANDO HÁBITOS

Há um elemento que não se ponderou bastante e sem o qual a ciência
econômica não passa de teoria; a educação. Não a educação intelectual, mas a
moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte
de formar os caracteres, aquela que cria os hábitos, porque e educação é um
conjunto de caracteres adquiridos.
(Comentários de Allan Kardek à questão 685-a de “O Livro dos Espíritos)


O trabalho, sem dúvida, é o elemento formador de hábitos por
excelência, ou seja: Torna-se imprescindível no processo educacional
das criaturas, mormente dos jovens e adolescentes.
Crianças sem escola e sem educação compatível ás suas
possibilidades torna-se indolente, constituindo-se, mais tarde, em
um peso para a sociedade, sem falar, é claro, nos perigos morais a
que seu espírito naturalmente se expõe.
A renumeração, pois, advinda do trabalho, não é o maior salário
que o trabalho paga ao homem pelo suor que derrama; precisam
levar em consideração os benefícios de ordem moral oriundos do
cumprimento do dever...
A ação disciplinada do homem em qualquer atividade em que se
sinta útil molda-lhe o caráter no bem, ao passo que a ociosidade o
deixa á mercê das circunstâncias que o 55nigmas55iam para o mal.
Deste modo, oferecer ao homem oportunidade de trabalho
significa muito mais do que lhe oferecer possibilidades de
sobrevivência digna; significa ensejar a ele a chance de um melhor
aproveitamento do tempo da encarnação.
O dinheiro é um pretexto para que a criatura se movimente nas
sendas do progresso. É uma ilusão que desaparece após ter
cumprido a função que lhe cabe...
O desemprego é a maior causa de violência – Uma verdadeira
calamidade social; sem ocupar o seu tempo o homem se rende ás
sugestões do próprio passado, cedendo ainda, com facilidade à
pressão que sobre ele exerce as mentes desencarnadas, induzindo-o
à viciação e à criminalidade.
O trabalho do indivíduo é vital para a paz da coletividade, neste
sentido, melhor que lhe falte o banco escolar, mas que não lhe falte
o imperativo do ganha-pão cotidiano; sem obrigações de caráter
comunitário a atender, o homem não desenvolve o senso de
responsabilidade e não adquire noções de respeito à vida.
Sem dúvida a escola é imprescindível na formação intelectomoral
da criatura, sim.
Porque a escola não deve preocupar-se tão somente em informar,
todavia não convém que se relegue exclusivamente à escola a
tarefa de formar caracteres; a família e a sociedade como um todo
carecem de se engajar mais diretamente no processo de educação.
Aceitando o título de mestre, Jesus foi incisivo quando afirmou:
“Meu Pai trabalha todo dia e eu também tenho trabalhado”.
O universo é de um dinamismo extraordinário. Tudo quanto
percebemos permanece em constante atividade, tendendo à
perfeição; a inatividade fere frontalmente os princípios em que a
vida se estrutura; quem pára, e se recusa a ser útil, contraria um dos
princípios básicos da criação Divina, e quem não tem semelhante
preocupação social, com oportunidade aos outros de trabalhar, lesa
o seu próprio patrimônio, esquecido de que todo prejuízo causado
voluntariamente a outrem é real prejuízo causado a si.

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