Quem oferece flores está sempre perfumado.
A frase é uma das muitas adaptações já sofridas por um possível provérbio chinês antigo.
Em outra versão lê-se que um pouco de perfume sempre fica nas mãos de quem oferece flores.
Na
essência dessa ideia está o ensino de que somos nós os maiores
beneficiados por uma boa ação praticada, por uma doação, por um gesto de
carinho.
Quem recebe as flores poderá se perfumar ou não, se encantar ou não, ficar agradecido ou dar pouca importância.
Porém, quem oferece o ramalhete já está perfumado.
Não
temos controle sobre a reação do outro. Não sabemos se irá aproveitar
bem, se saberá dar o verdadeiro valor àquilo que fizemos ou dissemos.
Mas, ao tomar a decisão de colher as rosas já estamos nos encharcando de sua essência delicada e bela.
Depois,
transportando-as e permanecendo em sua companhia por um tempo,
presenteamos nossos próprios olhos e pensamentos com imagens floridas.
Por
vezes nos preocupamos em demasia em como o outro irá receber, se saberá
valorizar, se saberá agradecer, e acabamos intranquilizando a alma.
A
alma de quem oferece florescências não precisa se angustiar, pois já
está mergulhada no bem, inundada de amor, do verdadeiro amor, aquele que
não espera retorno nem reconhecimento.
É
claro que sempre torcemos pelo sorriso no rosto de quem recebeu nosso
presente, como se ele fosse a confirmação de que nossa ação foi nobre.
Porém,
a confirmação maior está em nossa consciência, que sempre nos avisa,
que sempre nos sinaliza quando estamos no caminho dos sentimentos
nobres.
Aí está o pouco de perfume que permanece em nossas mãos.
Sempre
saímos ganhando quando nos doamos, quando nos preocupamos com o outro.
Essa é uma das grandes bênçãos da caridade - ela nos preenche.
Igualmente, se pensarmos pelo lado negativo, das ações maléficas, imaginemos mãos cheias de lama, prontas para atirar no outro.
Quem
atira a lama já está coberto dela. É o primeiro que se suja e se
prejudica e, mesmo que a jogue longe, mirando em algo ou alguém, sempre
permanecerá com as mãos lamacentas.
Isso nos leva a entender que sempre temos a escolha: de estar com as mãos perfumadas ou cheias de lama.
* * *
Ofereço-lhe as flores de minh´alma,
Colhidas aqui e ali, nos campos que percorri,
Nas vidas que vivi, durante este tempo em que já sou eu.
Ofereço-lhe meus sorrisos e minha arte,
A arte de misturar as palavras multicolores, como flores, fazendo um jardim,
Ofereço-lhe meu tempo mais precioso, pois tempo que se passa junto é muito maior do que aquele que se passa só,
Ofereço-lhe companhia, não de quem pensa igual, mas de quem pensa ao lado, ouve, respeita e entende outros tipos de pensares.
Ofereço-lhe o que há de melhor em mim... E o mais curioso é que não me esvazio. Não, ao fazer isso, sinto-me ainda maior.
Redação do Momento Espírita.
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