quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A César o que é de César

O Apóstolo Mateus, no capítulo vinte e dois de seu Evangelho, relata o momento no qual os fariseus, juntamente com os herodianos, tentam indispor o Cristo com a autoridade romana.
Numa época em que qualquer crítica às decisões do Imperador era severamente punida, os sacerdotes, de maneira engenhosa, perguntaram a Jesus se era lícito ou não pagar impostos a César.
Jesus, sabendo de sua malícia, pediu a um deles que lhe mostrasse a moeda utilizada para o tributo e, mostrando-a, interrogou-os quanto à imagem e a inscrição nela contidas. São de César, responderam.
Sendo assim, Jesus sentenciou: Dai a César o que é de César e a Deus o que é Deus. Tal afirmativa, tão simples e tão sábia, foi suficiente para surpreender os fariseus e lhes calar os intentos.
*   *   *
Com esse ensino, Jesus nos deixa clara a legitimidade de nossos deveres civis, como é o caso dos impostos e de outras obrigações. Nos dias de hoje, nada mais atual.
Com o advento da internet, o mundo passou por uma revolução. Há um enorme fluxo de informações. Torna-se cada vez mais tênue a linha que separa a vida real da chamada vida virtual.
Compartilham-se arquivos, ideias. Trocam-se mensagens em tempo real. Milhões de e-mails são enviados todos os dias. Vende-se e compra-se praticamente tudo. Pessoas se conhecem via internet e se casam.
Entretanto, nem tudo são flores. Um hábito comum de muitos usuários da rede mundial de computadores é o de fazer o download de músicas, vídeos e até mesmo livros inteiros, sem atentar aos direitos autorais e às taxas devidas.
Em outra esfera, sonegam-se impostos, os quais são necessários para garantir aos cidadãos direitos, como moradia, educação, saúde e lazer.
Há ainda outros hábitos que, por tão comuns, quase se tornam naturais, mas que estão longe de serem morais. Por exemplo, sairmos alguns minutos antes de se encerrar o expediente, apanhar um livro emprestado e não devolver.
Outros ainda, como perceber que o troco veio a mais e não restituí-lo ao caixa; apropriar-se de um dinheiro encontrado, sem fazer o mínimo esforço para encontrar o dono.
Os nossos deveres para com a sociedade são tão relevantes quanto os nossos deveres para com Deus. Afinal, se não procuramos nos ajustar às leis humanas, como poderemos fazê-lo com relação às Leis Divinas?
Pensemos nisso e percebamos o quanto nossas ações, por vezes, estão baseadas num automatismo cultural, no qual certas tendências, não moralmente corretas, são aceitas como se o fossem.
Entretanto, os que buscamos viver de acordo com os ensinamentos do Cristo, devemos nos lembrar da máxima evangélica: Seja o vosso falar sim, sim; não, não. Isto é, uma atitude está de acordo com a moral cristã ou não está. Não há meio termo.
Pensemos nisso.           
Redação do Momento Espírita, com base no item 5,
do cap. XI, do livro
O Evangelho Segundo o Espiritismo, de
Allan Kardec, ed. Feb.

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