Doenças, violência urbana,
tumultos próprios do cotidiano humano, angústias interiores, insegurança,
rebeldia dos filhos e dificuldades de relacionamento, medo, timidez, desemprego,
drogas, aborto, suicídio, corrupção e manipulação de bastidores, calúnias e
chantagens, além dos flagelos ocasionados pela natureza como terremotos,
maremotos, enchentes e raios, entre outras causas estão entre as origens das
aflições humanas. Se não bastassem, ainda há a velha questão dos impactos dos
acidentes e mortes inesperadas, causando grande dor e aquela saudade que dói a
casais, pais e famílias inteiras. Também os sofrimentos e dores de enfermidades
prolongadas, a burocracia, as injustiças de todo gênero ou a precariedade do
sistema de saúde e mesmo o grande drama das penitenciárias e até mesmo o clima
com as secas prolongadas e enchentes que derrubam casas e matam famílias
inteiras, neve ou vento que castigam, formam o rol das preocupações de cidadãos
e autoridades. Mas não é só: a ausência de profissionais qualificados, o crime
organizado ou a larga corrupção nos governos, a ingratidão, a desonestidade,
etc., reforçam o desafio de todo dia. Não há necessidade de continuar. Há outros
exemplos a citar, mas não é preciso, afinal o objetivo da abordagem não é
pessimista.
Em belíssima mensagem assinada
por Emmanuel, encontramos a significativa advertência, que se expressa com
doçura e encorajamento. Reproduzo-a na íntegra, pois que bem compacta:
O
problema que te preocupa talvez te pareça excessivamente amargo ao
coração.
E tão amargo que talvez não possas comentá-lo, de
pronto. Às vezes, a sombra interior é tamanha que tens a ideia de haver perdido
o próprio rumo. Entretanto, não esmoreças. Abraça o dever que a vida te
assinala. Serve e ora. A prece te renovará energias. O trabalho te auxiliará.
Deus não nos abandona. Faze silêncio e não te queixes. Alegra-te e espera porque
o Céu te socorrerá. Por meios que desconheces, Deus permanece
agindo.
Note o leitor os importantes
detalhes: a) Não esmoreças; b) Deus não nos abandona; c) Alegra-te e
espera porque o céu te socorrerá; d) Por meios que desconheces, Deus permanece
agindo. São detalhes que deveríamos guardar na memória de forma
permanente. Afinal expressam a verdade da própria vida. O convite para não
esmorecer é muito expressivo, a afirmação de que Deus não nos abandona nunca
deverá ser esquecida e ao mesmo tempo guardarmos no coração de que Deus
permanece agindo e nos socorrerá.
Isso faz lembrar a suavidade e
doçura das Bem-aventuranças. Parar para pensar no Sermão do Monte, que significa
a mais viva mensagem de esperança e motivação já trazida à Humanidade. E para
refletir mais ainda buscarmos o capítulo V de O Evangelho Segundo o
Espiritismo – Bem Aventurados os Aflitos –, portador de valiosas
instruções ao coração humano, como o Bem e Mal Sofrer, Tormentos Voluntários,
Mortes Prematuras, Infelicidade Real, entre outras. Todas expressando esse
conforto disponível para abastecermos o sentimento de esperança e conforto.
Afinal, solidarizando-se
conosco, afirmou o Mestre da Humanidade: No mundo tereis aflições, mas
tende bom ânimo! Sois a luz do mundo! Sois o sal da Terra!
Ocorre que o
Evangelho é o conforto disponível para todos os momentos. Conforto ativo,
acrescente-se, que nos pede agir, com decisão e firmeza. E na lucidez do
Espiritismo encontramos as diretrizes didáticas para esse bem proceder. Não
esmorecer, como diz Emmanuel, não entregar-se, não permitir-se abatimentos.
Reagir com otimismo, cultivar a alegria de viver. Afinal, como lembra o
Benfeitor: Tende bom ânimo! Deus permanece agindo! Deus nunca nos
abandona!
Será preciso acrescentar
mais?
viva do amor! Que confia, que
age, que espera e alegra-se, mesmo diante das adversidades, pois compreende que
elas também cumprem sua função de ensinar, amadurecer...
Orson Peter Carrara
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