domingo, 11 de novembro de 2012

O ADOLESCENTE E OS TRANSTORNOS SEXUAIS

Na fase do desenvolvimento orgânico do jovem, a glândula hipofisiária
desempenha papel preponderante a fim de que ocorra o crescimento na
puberdade.
Essa glândula se encontra localizada na base do cérebro, a ele se ligando
por intermédio de fibras nervosas. Por ocasião do amadurecimento das células
que constituem o hipotálamo, que é um centro nervoso regulador do equilíbrio,
sinais específicos são direcionados à glândula hipofisiária para que sejam
liberados os hormônios que se encontram inibidos. Essa liberação produz um
imediato efeito na maioria das glândulas do sistema endocrínico, tais a tireóide,
a epífise, a adrenal, os testículos, os ovários, que se encarregam de produzir

os seus hormônios, tais os androgênos, que são masculinizantes, os
estrogénios, que são feminilizantes, as progestinas — específicas para
proporcionar a gravidez — que desempenham papel fundamental no
crescimento e no desenvolvimento do sexo.
Definem-se, concomitantemente, os caracteres anexos das expressões
sexuais, completando as formas biológico-anatômicas e contribuindo para a
identidade e a psicologia do adolescente.
Cargas genéticas se manifestam e o tumulto emocional se estabelece,
nem sempre de forma harmônica, dando surgimento aos conflitos que irão
afetar-lhe o comportamento, gerando, algumas vezes, patologias graves.
Fatores variados interferem nesse momento e, graças àpresença da
progesterona e de outros hormônios em ambos os sexos, o jovem masculino
pode revelar simultaneamente tendências e eleição por atividades femininas,
facultando-lhe uma conduta andrógina, o mesmo ocorrendo com a moça que
se resolve por esportes que exigem força e habilidades comuns ao homem, ou
adota profissões de comando, de ação fora do lar na competitividade do
mercado de trabalho.
Essa androginia tem enriquecido muitos adolescentes, auxiliando-os a
desenharem o futuro e conquistá-lo, desde que não permitam ao tecido moral e
social esgarçar-se nos devaneios perturbadores que empurram para o
homossexualismo na sua feição promíscua.
‘Por outro lado, os fatores psicossociais e domésticos podem levar o
jovem a uma preferência psicológica e afetiva por outrem do mesmo sexo, sem
que se manifestem as tendências para a conduta expressa em
relacionamentos profundos de intercurso desequilibrante, que lhe afetem o
comportamento orgânico e emocional.
A frustração materna, da genitora que anelava por um filho e gerou uma
menina, ou vice-versa, passando a cuidar do ser em formação conforme
houvera preferido recebê-lo, pode contribuir para que se instale uma distonia
entre a forma e a psicologia da criança, mais tarde adolescente, engendrando
mecanismo de fuga para a incorporação da personalidade que lhe foi projetada
e não lhe corresponde à forma física.
Nesse capítulo, ainda têm destaque a preferência doentia da supermãe,
as atitudes da mãe castradora, do pai arbitrário ou negligente, que interferem
no desenvolvimento do filho, imprimindo-lhe no inconsciente imagens falsas da
realidade, que ressumam na adolescência em forma de desidentificação
sexual, dando lugar aos conflitos, à insegurança quanto à sua capacidade de
relacionamento equilibrado e estável, sem as preferências e opções
homossexuais ou bissexuais, ou, ainda, sadomasoquistas, ou mesmo
patológicas em geral...
Aprofundando mais a sonda nas psicogêneses do homo e do
bissexualismo, o Espírito, em si mesmo, é sempre o modelador da sua
organização através do corpo intermediário
— o perispírito — que plasmou uma anatomia corretora para os desmandos
pretéritos na área do sexo, preservando a psicologia anterior, portanto diferente
da anatomia.
O homem tirano e pervertido que explorou mulheres, que as submeteu às
suas paixões lúbricas e as infelicitou, por necessidade de evolução recomeça
no corpo com a forma feminina e as aptidões psicológicas masculinas. Da
mesma maneira, a mulher que viveu da sensualidade e da perversão, havendo
contribuído para sofrimentos nos lares equilibrados ou produzido dilacerações
nas almas, renasce no corpo masculino com as matrizes psicológicas
femininas ou em dificuldade de identificação sexual...
Vemo-los, na infância, desde os primeiros instantes do seu
desenvolvimento, revelando interesse, usando roupas e apresentando
ademanes do sexo oposto ao seu, e, ao crescerem, demonstrando maior soma
de caracteres divergentes, inclusive na área da afetividade.
Nenhuma restrição a essas manifestações, perfeitamente naturais no
decorrer do desenvolvimento e conquista evolutiva, passando pelas várias
expressões da forma orgânica no sexo, a fim de somarem os valores e
significados de um como os de outro — anima e anitnus, yang e yin — no
processo de formação de um ser ideal, harmônico, saudável.
Na atualidade, também contribui largamente para a opção sexual, em
oposição à própria polaridade, a bem urdida propaganda apresentada pela
mídia, que alcança o adolescente em indecisão ou em insegurança,
direcionando-o para condutas homo e bissexual, ou outras denominadas
pervertidas que caracterizam estados psicopatológicos.
Ainda poderíamos recorrer à iniciação, quando adultos perversos e
doentes estupram, ou desviam a atenção sexual do jovem em formação,
empurrando-o para comportamentos alienados, em flagrante violência à sua
liberdade de conduta.
Lamentavelmente, o uso indevido e alucinante do sexo irresponsável, em
qualquer expressão na qual se apresente, responde por sérios distúrbios que
assolam o organismo social, desajustando as criaturas que se movimentam
estranhas, caricatas, ridículas umas, alienadas outras, não se contabilizando
aquelas que fogem para a depressão, o alcoolismo, as drogas aditivas, em
decorrência das distonias sexuais que não conseguem superar.
Urge criar-se no adolescente a mentalidade do amor em relação à vida e
especificamente ao sexo, face à sua complexidade, à sua função e finalidade,
fundamentais na existência humana.
Procedente dos instintos agressivos e reprodutores por onde transitou, o
psiquismo, em largo período, ao humanizar-se, sofre o pesado ônus dos
automatismos, que à razão cumpre administrar e canalizar para os futuros
cometimentos da iluminação interior.
Diante de qualquer distúrbio sexual ou mesmo da harmônica polaridade,
antes de o adolescente ou mesmo o adulto se permitirem o uso, a ação
promíscua ou abusiva, pergunte-se ao amor que fazer e como realizá-lo, e o
amor responderá: — Não faça a outrem o que não gostaria que ele lhe fizesse,
nem tampouco se faça a si mesmo, fruindo hoje um prazer fugaz, que resulta
em um largo despertar entre danos prolongados.

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