segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

SINAIS DA CIVILIZAÇÃO

Por que sinais se pode reconhecer uma civilização completa?


Vós o reconhecereis pelo desenvolvimento moral. Acreditais estar muito
adiantados porque tendes feito grandes descobertas e invenções maravilhosas;
porque estais mais bem instalados e mais bem vestidos que os vossos selvagens;
mas não tereis verdadeiramente o direito de vos dizerdes civilizados senão
quando houverdes banido de vossa sociedade os vícios que a desonram e
quando passardes a viver como irmãos, praticando a caridade cristã. Até esse
momento, não serieis mais do que povos esclarecidos, não tendo percorrido
senão a primeira fase da civilização.
(“O Livro dos Espíritos” questão 793)


Sem dúvida a humanidade se encontra distante civilização
completa: Os interesses individuais prevalecem sobre os da
coletividade... Uma civilização mais ampla pressupõe a conquista
de certos valores ainda não efetuados pelo homem. Por agora o
egoísmo é o móvel de quase todas as ações humanas... A própria
religião não tem passado, para a grande maioria, de mera
formalidade – ainda pretende-se o Céu pela lei do menor esforço,
como se fosse possível burlar a vigilância da Lei.
De alguns poucos lustros para cá, convenhamos o progresso
intelectual foi notável, contrastando admiravelmente com o atraso
do senso moral. Nunca o avanço da inteligência colocou tanto em
destaque a miserabilidade humana!
O evangelho continua sendo o grande desafio... O próximo nunca
esteve tão perto e, ao mesmo tempo, tão distante; os meios de
comunicação nos aproximam, mas não nos entrelaçam... Os
interesses da raça continuam falando mais alto, esquecidos de que
os povos, à semelhança dos elementos da natureza, se equilibram
por leis indefectíveis que, infringidas, a todos afetam.
É indispensável que o homem se preocupe com as futuras gerações
– que viva com senso de imortalidade! Que construa para o futuro e
não para o deleite do presente – que invista em seu porvir
espiritual, já que, através da reencarnação, tornará aos caminhos
percorridos, a efetuar compulsória colheita.
Infelizmente, o que se percebe é um materialismo inconsciente,
dominando as criaturas. O homem vive excessivamente preocupado
com o hoje, não abrindo mão dos interesses imediatos; não cede em
favor dos outros, não se sacrifica pelo bem comum... Busca, sim,
viver intensamente, usufruindo ao máximo. É lógico que não
podemos generalizar, visto que praticamente no anonimato,
existem aqueles que trabalham pelo mundo melhor – admirados,
mas, ao mesmo tempo, excluídos por quantos não se animam a
secundar-lhes o ideal.
Quanto são os que morrem, porque causaram incômodo às
consciências que não ousam acordar de seu sono?! Sem que se
apercebam, os homens embrutecidos se voltam contra esses
bandeirantes do espírito e os enviam ao martírio; assim foi com
Sócrates, Jesus, Ghandi – enfim, com todos os que tem lutado para
arrancar a humanidade do seu ostracismo voluntário... Muitos
individualmente, ainda pagarão elevado tributo ao progresso
moral da coletividade.
No sentido de uma vida mais solidária na Terra, não se deve
esperar que a iniciativa parta dos governos constituídos. Cada qual,
onde estiver, faça o que possa no bem de todos encorajando as
medidas governamentais de justiça social que, quase sempre,
contrariam escusos interesses em jogo.
Muitos não aceitam a idéia da Reencarnação, porque elas lhe
criariam um impasse de ordem existencial sem precedentes – teriam
que mudar o que não estão preparadas para mudar ainda.

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