quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Compromisso com o Amor

Afirma-se com alguma razão que o Evangelho de Jesus sofreu,
através dos tempos, adulterações e interpolações, restando
pouco dos ensinos originais.
Assim sendo, esclarece-se que a herança que dEle possuímos
é caracterizada pelas interferências maldosas e desonestas dos
tradutores, teólogos e demais pessoas interessadas na manutenção
da ignorância, para melhor dominar as mentes incultas e desconhecedoras
dos Seus postulados de amor.
Retirando-se o excesso de prevenção, resta-nos os conteúdos
soberanos que não puderam ser alterados e vêm atravessando os
milênios como verdadeiro desafio para a humanidade.
Nesse sentido, as Suas lições morais independem das formulações
em que se apresentam, valendo pelo sentido profundo e
revolucionário de que se revestem.
Não há como adulterar-se o ensinamento Amar a Deus acima
de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo ou Fazer ao
próximo tudo aquilo que desejaria lhe fosse feito.
Essas duas máximas encerram toda uma filosofia ético-moral
de reflexos espirituais inamovíveis, em razão das conseqüências
de que são portadoras.
No amor, fonte inesgotável para todas as necessidades, a criatura
se dessedenta, se reabastece de esperança e de alegria, a fim
de continuar a áspera caminhada de aperfeiçoamento moral, enfrentando
vicissitudes e confrontos, interiormente em paz.
Nessa trilogia proposta, amar a Deus, ao próximo, porém, de
forma análoga àquele que se devota a si mesmo, encontramos o
convite sem disfarces para o auto-amor como formulação terapêutica
para a felicidade. Através desse valioso recurso que se reveste

de auto-estima e auto-valorização, sem as nefastas expressões do
egoísmo, da vaidade, da presunção, está embutido o convite ao
melhoramento interior, ao enriquecimento espiritual, à luta contra
as paixões inferiores, de forma que se torne mais bem equipado de
tesouros morais para a superação dos conflitos e das perturbações
inerentes aos condicionamentos perversos.
Envolvido pelo sentimento de amor a si mesmo, o indivíduo
encontra-se investido de meios que o levam a amar ao seu próximo,
sendo menos exigente para com as suas deficiências por
identificá-las em si mesmo, sabendo quanto é difícil essa batalha
sem tréguas, assim compreendendo-lhe as torpezas e auxiliando-o
a tornar-se mais fraterno e gentil.
Graças a esse labor, passa a amar a Deus, nele próprio e no
seu irmão de jornada.
O Mestre acentuou com sabedoria que se alguém não ama
aquilo que vê, como poderá amar ao Pai a Quem nunca viu?
Nos relacionamentos objetivos e emocionais entre duas ou
mais pessoas que se estimam ou se amam, tolerando-se e ajudando-
se, apesar das diferenças existentes, muito mais fácil torna-se a
dilatação do sentimento que se dirige a Deus, o Magnânimo Pai.
Ao exegeta torna-se indispensável saber o texto, a circunstância
e o lugar onde foi enunciado, a fim de o examinar sob vários
pontos de vista, desde a etimologia de cada palavra até o conjunto
geral.
Certamente ninguém há de esperar que aqueles que ouviram
as sublimes palavras do Mestre as haja memorizado com rigor, de
forma a retransmiti-las exatamente conforme foram enunciadas.
 
Pensamentos extraídos da mensagem Compromisso com o Amor,
escrita em Roma, Itália, no dia 26 de maio de 2001

Joanna De ângelis/Nascente de Bençãos

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