No entanto, na condição de pais, por vezes falhamos como educadores em coisas corriqueiras.
Existem frases muito comuns que quase todos dizemos aos nossos filhos, e que contribuem para lhes prejudicar a formação do caráter.
Por exemplo, uma criança em idade pré-escolar, depois de muito esforço, aprende a dar o nó nos cordões de seus sapatos. Orgulhosa, ela exibe seu feito ao pai.
A resposta é um Ótimo, mas você devia antes ter visto se os sapatos estavam calçados nos pés certos.
Ora, toda vez que se elogia, mas se misturam críticas aos elogios, as crianças menores tendem a se concentrar no lado negativo.
Dessa forma, se a menina de cinco anos consegue fazer a cama e a mãe lhe diz que está bem, mas ajeita o travesseiro, ela pensará: Mamãe está me dizendo que a cama está bem arrumada, mas eu acho que devia estar melhor.
E acabará carregando para a sua vida a ideia de que não consegue fazer nada direito. Contudo, todos sabemos que há muitas formas de se realizar uma mesma tarefa, com resultados positivos.
Preocupemo-nos menos com a cama impecável e mais com a estrutura emocional do nosso filho, que se está formando, a partir das nossas atitudes e das nossas constantes chamadas indevidas à atenção.
Comentários, em forma de troça, também se tornam prejudiciais, na medida em que criam insegurança. Assim, quando a mãe olha para a filha gordinha e diz que ela parece uma sólida casinha de tijolos, a criança poderá se sentir magoada.
Num estudo clínico realizado em Connecticut, no Centro Yale de Doenças Alimentares e do Peso, com quarenta mulheres com excesso de peso, verificou-se uma grande relação entre o amor-próprio e o fato de a criatura ser objeto, desde a infância, de gozação, por causa do seu volume ou do seu excesso de peso.
Por isso, tomemos cuidado e não coloquemos apelidos que evidenciem algum problema ou dificuldade do nosso filho.
Se tivermos que expressar a nossa zanga por algo ruim que nossos filhos fizeram, procuremos sempre criticar o seu comportamento, não eles mesmos.
Assim, em vez de dizermos: Você é mesmo um bagunceiro, um descuidado, digamos: Seu quarto está uma bagunça. Você tem que colocar um pouco de ordem. Que tal recolher a roupa suja do chão?
Se rotularmos a criança, ela poderá continuar a adotar o mesmo proceder, vivendo de acordo com o rótulo que lhe tenhamos posto na infância. Será sempre o desmazelado, o bagunceiro.
A ideia é evidenciar o fato errado, mas criar uma motivação e encorajar o comportamento desejado. Dar bastante ênfase aos aspectos positivos, oferecendo à criança, inclusive, razões lógicas para fazer qualquer coisa.
* * *
Pensemos em nosso filho como uma árvore rara e frágil que cultivamos no jardim do nosso lar.Tenhamos para com ele os cuidados desvelados de um técnico e o carinho especial de um jardineiro experiente.
Providenciemos a poda no tempo certo, mas não esqueçamos de que para se desenvolver sadiamente, nosso filho, exatamente como as árvores, necessita de espaço, tempo e cuidados muito especiais.
Se pensarmos que lhe faltam condições essenciais para o desempenho de tão grande tarefa, não esqueçamos que temos um grande aliado em Jesus Cristo. E oremos a Ele para que nos ajude a ser um bom pai, uma boa mãe.
Afinal, Ele é o Mestre, por excelência, e o Pastor das nossas almas.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Sete coisas
que os pais inteligentes calam, de Seleções Reader´s Digest, de junho
de 1996.
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