Incerteza parece coisa de pouca monta, mas é assunto de importância fundamental
no caminho de cada um.
As criaturas entram na instabilidade moral,
habituam-se a ela, e passam ao domínio das forças negativas sem
perceber.
Dizem-se confiantes pela manhã e acabam indecisas à
noite.
Freqüentemente rogam em prece:
- Senhor! Eis-me diante de
tua vontade!...
Mostra-me o que devo fazer!...
E quando o Senhor
lhes revela, através das circunstâncias, o quadro de serviço a expressar-se,
conforme as necessidades a que se ajustam, exclamam em desconsolo:
- Quem
sou eu para realizar semelhante tarefa?
Não tenho forças.
Ai de
mim que sou inútil!...
Sabem que é preciso servir para se renovarem, mas
paradoxalmente esperam renovar-se sem servir.
Dispõem de verbo fácil e
muitas vezes se proclamam inabilitadas para falar auxiliando a alguém nas
construções do Espírito.
Possuem dedos ágeis, quais filtros inteligentes
engastados nas mãos; entretanto, costumam asseverar-se inseguras na execução das
boas obras.
Ouvem preleções edificantes ou mergulham-se na assimilação de
livros nobres, prometendo heroísmo para o dia seguinte, mas, passada a emoção,
volvem à estaca zero, à maneira de viajante que desiste de avançar nos primeiros
passos de qualquer jornada.
Louvam na rua o equilíbrio e a serenidade e,
às vezes, dentro de casa, disputam campeonatos de irritação.
O dever jaz
à frente, a oportunidade de elevação surge brilhando, os recursos enfileiram-se
para o êxito e realizações chamam urgentes, mas preferem a fuga da obrigação sob
o pretexto de que é preciso cautela para evitar o mal, quando o bem francamente
lhes bate à porta.
Trabalho, ação, aprendizado, melhoria!...
Não
te ponhas à espera deles sob a imaginária incapacidade de procurá-los, à vista
de imperfeições e defeitos que te marcaram ontem.
Realização pede apoio
da fé.
Mãos à obra.
Tudo o que serve para corrigir, elevar, educar
e construir, nasce primeiramente no esforço da vontade unida à
decisão.
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