terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Filho meu que não é meu

Filho meu, que não é meu, de quem és?
Precisamos ser de alguém para fazer sentido, para dar sentido, para sentir?
Se nada daqui levamos, por que possuir? Qual o sentido da posse?
Filho meu, que não é meu, de quem serás? Por que serás?
Por que possuir? Não basta ser?
*  *  *
Vivemos ainda os tempos da posse que nos encanta os olhos.
Existimos para possuir coisas, para possuir pessoas, para fazê-las nossas, contando com isso para que nosso viver tenha sentido.
Mas já paramos para pensar qual o sentido da posse? Por que possuir?
Por que essa ânsia em ter, se o ter não nos faz melhores ou maiores?
O materialismo é, certamente, o maior dos vilões dessa história, junto ao egoísmo.
Se conseguirmos viver baseados nos princípios do espiritualismo, isto é, sabendo que somos Espíritos e que a vida do Espírito é imorredoura, mudamos o foco, mudamos a visão sobre tudo.
Nós, Espíritos, só levamos daqui, da Terra, as conquistas da moralidade e da intelectualidade. Essas são nossas. Não são posses propriamente ditas, são, sim, lapidações em nossa alma.
Espíritos não possuem Espíritos, isto é, não possuímos os outros e não há tal necessidade uma vez que amadurecemos.
Caminhamos juntos, criamos laços de amor profundo e, pela lei de afinidade, sempre estaremos próximos.
Assim, não há necessidade de possuir.
O amor verdadeiro liberta, deixa espaço para que o próximo cresça, se desenvolva, alce voos outros que, por vezes, planarão sobre planícies distantes das nossas.
Isso não significa uma perda, mas um espaço saudável, fundamental para o desenvolvimento de todos nós.
Não possuímos nossos filhos. Não possuímos nossos amores.
Estão ombreando conosco, nestes dias de transformação da Humanidade, para que juntos sejamos mais fortes.
O amor cria um laço muito forte, sem dúvida. Por vezes não conseguimos vislumbrar como seriam os dias sem eles, os nossos amados, mas a vida precisa ter sentido com ou sem eles.
Somos individualidades, Espíritos em evolução, e nossa vida deve fazer sentido sem precisar da posse, de coisas ou pessoas.
Assim, reflitamos diariamente: Por que possuir? Não basta “ser”?
*   *   *
Desapego. Pensemos profundamente sobre essa ideia.
A ideia de usufruir das coisas, mas não criar esse laço excessivo da posse para com elas.
É um exercício diário desapegarmo-nos das coisas e também das pessoas, amando e libertando a cada dia.
Deixemos de usar os pronomes meu, minha, com tanta ênfase, para nossos familiares – é um exercício interessante.
Nosso filho não é nosso, no sentido de que o possuímos – é nosso companheiro, nosso amigo, nosso amor – mas, nunca nossa propriedade.
Pensemos nisso...
Redação do Momento Espírita.

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