quinta-feira, 21 de março de 2013

Quietude interna

No ano de 1999, na pequena comunidade italiana chamada Greve in Chianti, localizada no coração da Toscana, surgiu um movimento internacional denominado Cittá slow, cujo significado é Cidade lenta.
Trata-se de uma proposta revolucionária de desenvolvimento urbano sustentável, que busca uma solução simples para conciliar o crescimento com a qualidade de vida, problema esse vivenciado por várias comunidades.
O movimentoCittá slow propõe a melhora da qualidade de vida dos cidadãos a partir de propostas vinculadas ao meio ambiente e ao respeito às tradições culturais.
As cidades slow não são contra os avanços tecnológicos. Elas incentivam para que a modernidade e a tradição possam conviver de forma equilibrada.
É uma revolução urbana que respeita a alma.
Simples na concepção, a ideia surgiu a partir do conceito de lentidão, proposto pelo movimento slow food, que tem o foco na qualidade e integridade da alimentação.
Em 2012, treze anos depois, o projeto está presente em cerca de cento e cinquenta cidades de vinte e cinco países, inclusive em vários com culturas diferentes da europeia, como China, Estados Unidos, Nova Zelândia, Coreia do Sul e África do Sul.
Para receber o certificado de Città slow, a cidade precisa ter menos de cinquenta mil habitantes e cumprir uma série de exigências.
Entre elas, aumentar a área verde e o número de ruas para pedestres, preservar as construções históricas, diminuir o barulho e defender as tradições locais.
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Hoje, muitos de nós manifestamos interesse em ter uma vida menos corrida e mais calma. Porém, cultivamos a ideia de que para alcançar esse objetivo, teríamos que morar em uma cidade que isso nos proporcionasse.
Quando somos acostumados a viver de modo agitado, de nada adiantará trocarmos o ritmo acelerado das grandes metrópoles por um refúgio no campo ou por uma cidade slow.
Podemos ter a oportunidade de viver em um ambiente sereno, que teoricamente nos proporcionaria calma e tranquilidade e ainda assim, nos mantermos agitados.
Por outro lado, sabemos que temos condição de nos mantermos tranquilos, por exemplo, em momentos de trânsito intenso de uma grande cidade.
É possível viver com menos agitação em qualquer lugar. A quietude interna é um estado que carregamos conosco, onde quer que estejamos.
Na verdade, o que determina como reagiremos às situações diversas é nosso ritmo interno.
Precisamos buscar formas de diminuir o desconforto que a agitação intensa do mundo moderno provoca em nossas vidas.
Procuremos nos afastar momentaneamente das atribulações, buscando a meditação e o entretenimento saudável. Esses são recursos valiosos para o reajustamento mental.
Da mesma forma que o corpo mostra os sinais de cansaço, sinalizando que o repouso é necessário, a mente também se cansa e desarmoniza.
Reservemos alguns momentos para que se refaçam nossos equipamentos mentais.
Façamos do tempo nosso aliado, examinando com cuidado como podemos proceder para que tenhamos menos fadiga e mais equilíbrio em nossos dias.

Redação do Momento Espírita, com base em entrevista de Paolo
Saturnini, criador do
Movimento Città slow,
publicada no site da Ruschel & Associados.

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