Para que uma conduta pacifista se estabeleça e predomine no homem, faz-se
necessária uma vontade forte que promova a revolução interior, em violência
contra si mesmo, através da revisão e reestruturação dos conceitos sobre a vida,
assumindo uma posição de princípios definidos, sem titubeios nem ambigüidades
escapistas.
Tomada essa conduta, a marcha se faz amena, porque o homem
passa a considerar todos os sucessos do ponto de vista espiritual, isto é, da
transitoriedade da existência corporal e da perenidade do Espírito.
Desse
modo, muda a paisagem dos fenômenos humanos que, efeitos de causas profundas,
devem ser examinados e corrigidos nas suas gêneses, antes que mediante a
irrupção de novos incidentes, em razão das reações tomadas contra os
mesmos.
Agir com lucidez ao invés de reagir pela força, é a conduta
certa, porque procedente da razão, antes que decorrente do instinto-paixão
dissolvente.
Não há outra alternativa para o ser inteligente, senão o uso
da razão em todo momento e em qualquer ocorrência nas quais seja
colhido.
A sua reação não pode ultrapassar o limite do equilíbrio,
sustando o golpe que lhe foi desferido ou o amortecendo no algodão da
misericórdia em favor de quem lho aplicou...
Mediante esse processo, ruem
as barreiras da intolerância, e do ódio; acabam-se as distâncias impeditivas à
fraternidade; apagam-se as mágoas; diluem-se os rancores, porque ninguém logra
vencer aquele que a si próprio já se venceu.
Os ultrajes não o afetam; as
agressões não o intimidam; a morte não o atemoriza, porque ele é livre, portador
de uma liberdade que algema nenhuma escraviza ou aprisiona, nem cárcere algum
limita...
É, portanto, imbatível, terminando por fazer-se amado, mártir
dos ideais e das aspirações de todos. Pronto!
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