Compadecei-vos de quantos se consagram a instilar a peçonha da crueldade nos
corações alheios, porque toda perseguição nasce da alma desventurada que a
invigilância entenebreceu.
Monstro invisível, senhoreando idéias e
sentimentos, é qual fera à solta, transpirando veneno, a partir das próprias
vítimas que transforma em carrascos.
Quase sempre, surge naqueles que
vascolejam o lixo da maledicência, buscando o lodo da calúnia para as telas do
crime, quando não se levanta do charco ignominioso da inveja para depredar ou
ferir.
De qualquer modo, gera alienação e infortúnio naqueles que lhes
albergam as sugestões, escurecendo-lhes o raciocínio, para arrebata-los com
segurança ao cárcere da agonia moral no inferno do desespero.
Ventania de
lama, espalha corrente miasmáticas com o seu hálito de morte, agregando
elementos de corrosão em todos os que lhe ofertam guarida.
É por isso
que, ante os nossos perseguidores, é preciso acender a flama da caridade, a fim
de que se nos não desvairem os pensamentos espancados de chofre.
Olhos e
ouvidos empenhados à sombra dessa espécie; são rendições ao desânimo e à
delinqüência, à deserção e à enfermidade.
Eis porque, Jesus, em Seu Amor
e Sabedoria, não nos inclinou à lutar contra semelhante fantasma, induzindo-nos
à bênção da compaixão, qual se fôssemos defrontados pela peste
contagiante. Perseguidos no mundo; mantenhamo-nos constante no trabalho do
bem a realizar, e, ao invés do gládio da reação ou do choro inútil da queixa,
aprendamos, cada dia, entre o perdão e o silêncio, a orar e
esperar.
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