domingo, 17 de novembro de 2013

Anjo estelar

Em noite serena, na amplidão do firmamento, duas estrelas conversavam:
“Eu era a dor. Fui a mais fiel amiga do bem. Estive em toda parte, lapidando corações para oferecê-los ao nosso Pai Celeste.
Maltratei e fui repelida, despertei sentimentos e fui desprezada, ajudei e amaldiçoaram-me, servi e não encontrei compreensão.
E, quando desfaleci, exausta, fui recolhida e colocada aqui, no firmamento, para clarear a noite dos infelizes que desejem encontrar a estrada da ventura plena.
E tu, donde vens, que passas tão ligeira?”
“Venho também do mundo. Meu ministério não foi tão difícil, porque a minha vida foi toda um hino de amor.
Não tive tempo de examinar quem me ofereceu afeto ou quem me esqueceu. Confundi-me no dever e apaguei-me nas sombras do meu silêncio, quanto me foi possível.
Estive, entretanto, de pé, vigiando e aguardando, enquanto a noite vestia a Terra.
Ofereci-me quanto pude e, não obstante, reconheço não ter feito quanto devia...
Chorei para que os meus amores não chorassem, pisei espinhos para que se arrebentassem em flores, a fim de que os pés deles recebessem leito macio e perfumado nas estradas...
Tentei converter pedras em pães, e, quando os vi triunfar, retornei à minha quietude, sorrindo com a felicidade que lhes sorria nos corações...
Não tive tempo sequer de ser arrebatada num êxtase. Quando fui chamada pelo nosso Pai para embelezar a natureza, reconheci-me sem valor, porque sem eles, esses santos amores, eu nada sou.
Há tanta sombra na Terra e tantos corações em aflição, que roguei ao sublime Pai me permitisse retornar aos mesmos caminhos para aquecer os inesquecidos corações que lá ficaram na ventania...
Sei que és missionária da vida e como tuas bênçãos não podem deixar de os visitar, ofereço-te o meu coração para que o buriles, e, juntas, possamos descer para recebê-los, novamente, em nossos braços, conduzindo-os à glória da Imortalidade.”
“E quem és”?
“Sou mãe!”
*   *   *
Estabeleceu-se uma grande quietude, depois da qual, milhares de gotas de prata caíram sobre a Terra, como lágrimas do anjo estelar.
Foi nessa hora que, recebendo a dor no coração a mãe voltou, para sofrer em silêncio e ser, entre os homens, a mais bela estrela da vida, luminosa e sublime, redimindo com o seu amor angelical a Humanidade inteira.
*   *   *
Ser mãe é experiência única e aprendizado indispensável para a vida.
Depois de vestir a maternidade, o Espírito nunca mais é o mesmo. Os laços que se formam, as emoções, os sentimentos, as dores purificadoras... Tudo se conjuga para a transformação do ser.
Se você é mãe, não se deixe levar pelo desânimo, não se deixe levar pelos apelos materialistas do mundo que buscarão retirá-la de sua missão bendita, em troca de vaidades e interesses vis.
Se você em breve se habilitará para a maternidade, prepare-se com desvelo, com carinho. Estude, pesquise, emocione-se. Estabeleça, desde já, um vínculo com os Espíritos que voltarão ao mundo através de você.
Seja mãe no corpo, mas, principalmente, mãe na alma.
                                                                   
Redação do Momento Espírita, com base no
cap.4, do livro
Sementeira da fraternidade, por
Espíritos diversos, psicografia de Divaldo
Pereira Franco, ed. LEAL.

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