sábado, 28 de dezembro de 2013

Correr riscos

Sêneca foi um filósofo e poeta romano que viveu sob o império de Calígula, depois Cláudio e, finalmente, Nero.
Seu talento como advogado lhe valeu a inimizade do imperador Calígula. Sob o império de Cláudio foi exilado durante oito anos.
Chamado de volta a Roma, foi tutor de Nero e, durante algum tempo, conseguiu exercer uma influência benéfica sobre o jovem imperador.
Mais tarde, adotou uma posição de complacência com as tantas loucuras cometidas pelo imperador, o que não impediu que viesse a receber ordem para se suicidar.
Vivendo em climas tão adversos, manteve sua preocupação com as conquistas morais individuais. E teve oportunidade de escrever:
Chorar é correr o risco de parecer sentimental demais.
Rir é correr o risco de parecer tolo.
Estender a mão é correr o risco de se envolver.
Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu.
Defender seus sonhos e ideias diante da multidão é correr o risco de ser mal interpretado e perder as pessoas.
Amar é correr o risco de não ser correspondido.
Viver é correr o risco de morrer.
Confiar é correr o risco de se decepcionar.
Tentar é correr o risco de fracassar.
Mas devemos correr os riscos, porque o maior perigo é não arriscar nada.
Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada.
Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem.
Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade.
Somente a pessoa que corre riscos é livre.
*   *   *
A decisão de correr riscos ou não, é nossa. Agora, podemos continuar a deter o choro porque nos foi dito na infância que homem não chora. Ou, no caso da mulher, para não demonstrar eventual fraqueza. Ou nos permitirmos as lágrimas demonstrando que somos seres humanos, com sentimentos.
Podemos ser daqueles que defendem as suas ideias nobres, lutando pela vida, expondo-nos ou nos calarmos diante da injustiça.
Podemos nos engajar no movimento pela vida, expondo a nossa opinião contra a eutanásia, a pena de morte, o abortamento. Ou simplesmente continuarmos calados e permitir que tudo vá acontecendo, sem nos preocuparmos.
Podemos nos envolver em movimentos pela paz, pelos direitos dos desfavorecidos, ou permanecermos apáticos, deixando que tudo corra a bel prazer.
Podemos, enfim, lutar por melhorar a nossa condição de humanidade, burilando as nossas paixões e vencendo a nossa acomodação. Ou optarmos por continuar onde estamos, como estamos, não encetando nenhum esforço por granjear outras virtudes ou valores de nobreza espiritual.
A decisão é sempre individual e intransferível.
*   *   *
Os Espíritos fomos criados por Deus com um grandioso objetivo: a perfeição.
A caminhada é longa e tortuosa. A escolha do caminho ou a velocidade com que se deseja andar, é de cada um.
Optar pelo crescimento ou aguardar ser arrastado pela lei inexorável do progresso é de cada criatura.
Mas, quem deseje alcançar antes a felicidade, idealize mudanças desde hoje, enquanto as oportunidades sorriem e as chances se fazem abundantes.

Redação do Momento Espírita, com base em texto atribuído a
Sêneca e no verbete
Sêneca, da Enciclopédia Mirador, v. 18,
Encyclopaedia Britannica do Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário