quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O melhor presente

Você já teve, alguma vez, dificuldade para escolher um presente para alguém?  Isto é, ficou se questionando o que deveria comprar: o que fosse mais útil, o mais vistoso, o mais bonito, o mais caro?
Uma mulher que procurava presentes para seus filhos, sem ter certeza do que eles usariam ou do que eles desejariam, escreveu mais ou menos assim:
Por vezes é importante recordarmos as lições sobre o que é presentear de verdade. Ganhei amor pela leitura porque meu pai me mandava ler e tinha um escritório cheio de livros, com os quais passava horas todos os dias.
Comprar livros para aprimorar as mentes dos cinco filhos era, para meu pai, uma prioridade superior a comprar brinquedos e roupas supérfluas.
O exemplo de meus pais me deu a crença de que eu e outros podíamos fazer mais do que reclamar, torcer as mãos ou ceder ao desespero em face dos males que infestam o mundo.
Meu pai, um professor e pastor, procurava educar a mente dos fiéis, além de tocar seu coração.
Ensinava que a fé necessitava de ação e que a ação só podia ser sustentada pela fé, diante do desalento diário e da injustiça em nossa sociedade.
A força que possuo hoje me foi presenteada pela firmeza de minha mãe perante duros desafios. Dela recebi o interesse pelas crianças sem lar, que ela adotou depois da morte de meu pai.
Ainda hoje eu me envergonho de meu ressentimento quando me pediram que partilhasse o quarto, por alguns dias, com uma criança sem teto. Enquanto eu crescia, minha mãe me deu muitos irmãos e irmãs de criação.
Quem me ensinou a lidar com o medo foi uma mulher que morava numa casa de quatro cômodos, sem pintura, com uma grande varanda na frente e outra, pequena, nos fundos.
Eu adorava ficar com ela quando meus pais viajavam para alguma convenção ou para visitar algum parente.
Certo dia, quando uma grande tempestade de verão ameaçava desabar, ela me pediu que apanhasse as roupas penduradas na varanda dos fundos, para que não ficassem encharcadas.
Quando me dirigia para a varanda, ouvi um grande trovão. Corri de volta e disse para a senhora Thereza que tinha medo de ser atingida por um raio. Ela me explicou calmamente sobre a fé em Deus, enquanto ia comigo pegar as roupas.
Enfim, verifico que nem sequer me lembro da maioria dos presentes que ganhei quando criança. Mas levo comigo, com o maior carinho, as lições de vida que na infância recebi de meus pais e dos adultos interessados e afetuosos da comunidade.
Espero, sinceramente, que essas recordações me deem forças para parar de fazer compras e, em vez disso, dar a uma criança um presente de verdade: tempo compartilhado com um adulto que se interesse por ela e que lhe repasse valores que durarão para sempre.
*   *   *
Quando acaricias o teu filho, agradas a ele ou te confortas a ti?
Quando o teu filho sonha, podes imaginar o país por onde ele viaja, nas asas do sono?
Saberá alguém o que pensa a criança na rápida quadra infantil?
As fadas dos sonhos, que habitam a aldeia da felicidade, essas sabem o que se passa com as crianças.
Se abrires as portas do coração para que elas te venham ensinar, o seu canto de amor te dará a música para todas as melodias que deves ofertar às tuas crianças.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Os melhores
presentes, de Marian Wright Edelman, de  Seleções Reader´s Digest,
de dezembro/2001 e versos finais do Canto XVII, do livro Estesia, pelo Espírito
Rabindranath Tagore, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.

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