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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Desejando aprender sempre

Era um espetáculo circense. Muitas famílias, com suas crianças, encantadas com as luzes, cores, acrobacias. Nenhum animal à vista.
A cada número, o público reprisava as expressões de surpresa, com a performance de trapezistas, equilibristas, contorcionistas. Uma sucessão de habilidades, demonstrando criatividade e muito trabalho individual e coletivo.
O palhaço, entre uma e outra apresentação, surpreendia aparecendo no meio do público, brincando com um, com outro, distribuindo balões e guloseimas.
Então, adentrou o palco, com muito barulho, num carro luxuoso, o mágico, para delírio da criançada. Alguns números se sucederam, com maior ou menor brilho, até que ele pediu que uma criança da plateia o viesse auxiliar.
Meninos e meninas correram mas, foi um garoto de quatro anos, descontraído, quem primeiro chegou à borda do palco e foi alçado pelo mágico. Depois dos naturais entretenimentos, muita conversa, luzes, som, o artista falou ao garoto do poder da mente.
Tudo que pensamos, podemos criar. Todos podemos ser mágicos, por isso, peço a você que pense em duas coisas que deseja muito, muito possuir.
O menino fechou os olhos. A música foi ficando suave, as luzes diminuindo. Depois, à ordem do mágico, ele abriu os olhos: duas bailarinas sorridentes estavam à sua frente.
Foi este o seu desejo? – Perguntou o condutor do espetáculo. O garoto assentiu com a cabeça. E continuou respondendo sim a todas as demais perguntas que foram feitas, em seguida:
Você gostou delas? Você as achou bonitas? Elas sabem dançar bem? Você viu o elefante que estava com elas?
Silêncio na plateia. A criança, firme, moveu a cabeça afirmativamente.
Tem certeza? – Tornou a indagar o mágico. Ele era grande, enorme?
Sim, sim. – Foi a resposta.
O espetáculo prosseguiu, entre gargalhadas e brincadeiras. Mas, ficamos a pensar quantas vezes nós, os adultos, agimos como aquela criança. Ela, decerto, imaginou que se dissesse que não vira o que não estava ali, poderia ser ridicularizada.
Afinal, uma autoridade em magia o estava questionando e ele deveria saber do que estava falando.
Quantas vezes dizemos que entendemos alguma coisa, que compreendemos o que foi dito, aquilo de que se está falando, quando, em verdade, não temos a mínima ideia. Tudo para não passar por tolo, ou desinformado. Para não fazer feio, ser considerado um alienado.
E, agindo assim, continuaremos na nossa condição de quem não sabe. Tão mais fácil e lógico seria admitir que se desconhece do que se fala. Afinal, ninguém, neste mundo de informações tão rápidas, intensas, tem o dever de saber tudo ou de tudo estar informado.
Aquele momento seria a oportunidade de aprender, de se ilustrar.
Importante que comecemos a ser autênticos, honestos, corretos em nosso falar. Admitamos o desconhecimento e nos mostremos interessados em aprender.
Somente teremos a ganhar com isso. E demonstraremos humildade, porque afinal o grande Sócrates, filósofo que nasceu em 470 a. C., ousou afirmar: Só sei que nada sei.
Isso porque quanto mais nos aprofundamos em ciência, filosofia, arte, mais nos damos conta de que há, ainda, um Universo a descobrir, estudar.
Pensemos nisso e cresçamos um tanto mais.
Redação do Momento Espírita.

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