O ressentimento não é somente um peso morto, à feição de chumbo
na flama alígera de nossa prece, compelindo-a a descer, anulada, nas sombras da
frustração, e, em verdade, nem é apenas o tóxico que envenena a membrana
gástrica, provocando moléstias de abordagem difícil...
É também o
fermento da treva que, a exteriorizar-se de melindres inconseqüentes, avança
qual projétil invisível sobre companheiros invigilantes, debuxando as linhas de
lama em que a maledicência e a calúnia proliferam sem peias, ferindo almas e
consciências, tanto quanto depredando ou destruindo instituições generosas e
veneráveis que nos rogam compreensão e devotamento a fim de que produzam
redenção e progresso no campo da Humanidade.
Cada vez que o desgosto te
bata à porta, aprende a esquece-lo com toda a alma.
Lembra-te de que
todos somos devedores insolventes da Tolerância Divina e que, por isso mesmo, em
nossas imperfeições e fraquezas, não prescindimos da caridade recíproca, a fim
de que nos mantenhamos de pé.
Jamais olvidemos quão profunda é a nossa
dificuldade para retificar em nós mesmos as qualidades que nos desagradam nos
outros e banhemos o pensamento no grande amor, para que a fraternidade real nos
abençoe o caminho.
Seja qual for o grau da ofensa recebida, não te
esqueças de que somente a fonte do perdão irrestrito possui bastante poder para
extinguir o lodo da miséria e da ignorância, porquanto, pretendendo fazer-nos
justiça, com a força das próprias mãos, invariavelmente caímos na delinquência e
no desespero que nos agravam a detenção nas cadeias do crime ou nas algemas da
crueldade.
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