O ressentimento não é somente um peso morto, à feição de chumbo
na flama alígera de nossa prece, compelindo-a a descer, anulada, nas sombras da
frustração, e, em verdade, nem é apenas o tóxico que envenena a membrana
gástrica, provocando moléstias de abordagem difícil...
É também o fermento da treva que, a exteriorizar-se de melindres inconseqüentes, avança qual projétil invisível sobre companheiros invigilantes, debuxando as linhas de lama em que a maledicência e a calúnia proliferam sem peias, ferindo almas e consciências, tanto quanto depredando ou destruindo instituições generosas e veneráveis que nos rogam compreensão e devotamento a fim de que produzam redenção e progresso no campo da Humanidade. Cada vez que o desgosto te bata à porta, aprende a esquece-lo com toda a alma. Lembra-te de que todos somos devedores insolventes da Tolerância Divina e que, por isso mesmo, em nossas imperfeições e fraquezas, não prescindimos da caridade recíproca, a fim de que nos mantenhamos de pé. Jamais olvidemos quão profunda é a nossa dificuldade para retificar em nós mesmos as qualidades que nos desagradam nos outros e banhemos o pensamento no grande amor, para que a fraternidade real nos abençoe o caminho. Seja qual for o grau da ofensa recebida, não te esqueças de que somente a fonte do perdão irrestrito possui bastante poder para extinguir o lodo da miséria e da ignorância, porquanto, pretendendo fazer-nos justiça, com a força das próprias mãos, invariavelmente caímos na delinquência e no desespero que nos agravam a detenção nas cadeias do crime ou nas algemas da crueldade. |
pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Caminho Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier. |
domingo, 13 de julho de 2014
RESSENTIMENTO
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