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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

MULTIVERSOS: E NÓS NISSO TUDO?

 

Todo mundo concorda que o Universo é algo grande, certo? Muito, muito grande, com bilhões de galáxias, mais estrelas do que grãos de areia, etc. Todos esses números que nos fazem admirar a ordem que rege essa imensidão e que permite que sondas viajem por entre planetas e que uma delas esteja neste momento nos limites do sistema solar (o mais longe que algo humano já foi). Já fica difícil imaginar o Criador de tudo isso interessado especificamente num planetinha azul, mais especificamente ainda numa certa parte da população de um certo país desse planetinha, e mais especificamente ainda nos 10% do salário desta partezinha da população do planetinha azul perdido entre milhares de sistemas solares da periferia de uma das bilhões de galáxias desse Universo.

O que pensar então quando descobrimos que o Universo (repito, o UNIVERSO) é só um entre VÁRIOS, se expandindo lado a lado? E se juntarmos isso à Teoria das Cordas, que prevê vários Universos inflando DENTRO DO OUTRO, EM OUTRAS DIMENSÕES? Então as possibilidades são infinitas, inimagináveis. E as implicações disso pra nós? Infinitas, também. A começar pela nossa arrogância de se achar o centro do Universo. De achar que somos tão civilizados que podemos, ou melhor, DEVEMOS impor nossa civilidade (inclua aí religião, política, tecnologia, way of life, etc) a todas as outras pessoas do planeta (e baseados nisso, se aparecerem ETs por aqui nós os catequizaremos).

No meio de tantas possibilidades, podemos praticamente garantir que SIM, existem civilizações cuja evolução possa ter centenas, milhares ou talvez milhões de anos à nossa frente. E o que pensar disso? Se nós, com 5 mil anos de civilização (oficialmente falando) já temos Shopping Centers, Internet e gatinhos Bonsai, imagine como devem ser seres com 10 mil anos ou mais de história? Será que eles ficam brigando entre si pra ver qual Deus é o “certo”? Será que ainda têm o conceito de Deus? Será que ficam regulando a sexualidade dos outros? Será que ainda têm sexualidade? Ou será que se extinguiram numa guerra de escala planetária?

São perguntas que deveríamos nos fazer, mesmo que nunca encontremos indícios de outros seres além de nós. Até porque somos inteligentes o suficiente pra fazermos a extrapolação da evolução de nossa própria raça humana e como nós passamos pela escravidão dos negros (justificada legal, religiosa e moralmente!), pelo extermínio de povos “bárbaros” (cátaros, celtas, vikings, astecas) e perseguições religiosas (os próprios cristãos sendo um ótimo exemplo). Hoje nós temos leis, órgãos e um lastro moral que nos permitem, ao menos, protestar e tentar impedir quando essas coisas acontecem (e acontecem!).

Fico pensando em como outras civilizações nos vêem. E creio que devem nos achar diferentes e difíceis da mesma forma que nós consideramos diferentes e difíceis os autistas. Hoje sabemos que autistas têm uma consciência aguçada, são inteligentes (alguns até brilhantes) mas “funcionam” de forma diferente, em outro nível de percepção e expressão. Por não terem o mesmo verniz social que carregamos de fábrica e vamos lapidando no convívio e aprendizado, as emoções dos autistas podem acabar facilmente descambando pra o exagero, pra violência e para a frustração. Mas também podem ser carinhosos, abraçar, beijar, mas sempre com suas dificuldades sociais. E nós, humanos, podemos ser os autistas da galáxia! Somos em geral imaturos, sem “educação social intergaláctica” nenhuma, extremamente emotivos, violentos, mas da mesma forma podemos ser amorosos, carinhosos, empatas, coisa que talvez numa sociedade muito regrada e evoluída não seja possível. Pegue a série Star Trek como referência e veremos a relação entre Spock e os humanos como um ótimo mapa do que estou falando.

Poucos se predispõem a ter o tempo, vontade e amor suficientes pra se comunicar e interagir com o autista clássico. Preferem tratá-los como produtos defeituosos, ignorá-los e viver suas vidas. Quem sabe se outros povos não fazem o mesmo com a raça humana?

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