E ele respondeu: "Vós conversais quando deixais de estar em paz com vossos pensamentos. E quando não podeis mais viver na solidão de vosso coração, procurais viver nos vossos lábios, e encontrais então uma diversão e um passatempo nas vibrações emitidas. Em grande parte de vossas conversações, o pensamento é meio assassinado. Pois o pensamento é uma ave do espaço que, numa gaiola de palavras, pode abrir as asas, mas não pode voar. Há entre vós aqueles que procuram os faladores por medo da solidão. A quietude da solidão revela-lhes seu Eu desnudo, e eles preferem escapar-lhe. E há aqueles que falam e, sem o saber ou prever, traem uma verdade que eles próprios não compreendem. E há aqueles que possuem a verdade dentro de si, mas não a expressam em palavras. No íntimo de tais pessoas, o espírito habita num silêncio rítmico. Quando encontrardes vosso amigo na rua ou no mercado público, deixai que o espírito que está em vós ponha em movimento vossos lios e dirija vossa língua. E que a voz escondida na vossa voz fale ao ouvido de seu ouvido; Pois sua alma guardará a verdade de vosso coração, como é lembrado o sabor do vinho, Mesmo depois que a sua cor houver sido esquecida, e a taça que o continha não mais existir.
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