O GRANDE EDUCANDÁRIO

 

De portas abertas à glória do ensino, a Terra, nas linhas da atividades carnal, é,

realmente, um universidade sublime, funcionando, em vários cursos e disciplinas, com

dois bilhões de alunos, aproximadamente, matriculados nas várias raças e nações.

Mais de vinte bilhões de almas conscientes, desencarnadas, sem nos reportarmos aos

bilhões de inteligências sub-humanas que são aproveitadas nos múltiplos serviços do

progresso planetário, cercam o domicílio terrestre, demorando-se noutras faixas de

evolução.

Para a maioria dessas criaturas, necessitadas de experiência nova e mais ampla, a

reencarnação não é somente um impositivo natural mas também um prêmio pelo ensejo

de aprendizagem.

Assim é que, sob a iluminada supervisão das Inteligências Divinas, cada povo, no

passado ou no presente, constitui uma seção preparatória da Humanidade, à frente do

porvir.

Ontem, aprendíamos a ciência no Egito, a espiritualidade na Índia, o comércio na Fenícia,

a revelação em Jerusalém, o direito em Roma e filosofia na Grécia. Hoje, adquirimos a

educação na Inglaterra, a arte na Itália, a paciência na China, a técnica industrial na

Alemanha, o respeito à liberdade na Suíça e a renovação espiritual nas Américas.

Cada nação possui tarefa especifica no aprimoramento do mundo. E ainda mesmo

quando os blocos raciais, em desvairo, se desmandam na guerra, movimentam-se à

procura de valores novos no próprio engrandecimento.

Nós círculos do Planeta, vemos as mais primitivas comunidades dirigindo-se para as

grandes aquisições culturais.

Se é verdade que a civilização refinada de hoje voa, pelo mundo, contornando-o em

algumas horas, caracterizando-se pelos mais altos primores da inteligência, possuímos

milhões de irmãos pela forma, infinitamente distantes do mundo moral. Quase nada

diferindo dos irracionais, não conseguiram ainda fixar a mínima noção de

responsabilidade.

Os anões docos da Abissínia, sem qualquer vestuário e pronunciando gritos estranhos à

guisa de linguagem, mais se assemelham aos macacos.

Os nossos irmãos negros de Kytches passam os dias estirados no chão, à espera de

ratos com que possam mitigar a própria fome.

Entre grande parte dos africanos orientais, não existe ligação moral entre pais e filhos.

Os Latucas, no interior da África, não conhecem qualquer sentimento de compaixão ou

dever.

 

Remanescentes dos primitivos habitantes das Filipinas erram nas montanhas, à maneira

de animais indomesticáveis.

E, não longe de nós, os botocudos, entregues à caça e à pesca, são exemplares terríveis

de bruteza e ferocidade.

No imenso educandário, há tarefas múltiplas e urgentes para todos os que aprendem que

a vida é movimento, progresso, ascensão.

Na fé religiosa como na administração dos patrimônios públicos, na arte tanto quanto na

indústria, nas obras de instrução como nas ciências agrícolas, a individualidade encontra

vastíssimo campo de ação, com dilatados recursos de evidenciar-se.

O trabalho é a escada divina de acesso aos lauréis imarcescíveis do espírito.

Ninguém precisa pedir transferência para Júpiter ou Saturno, a fim de colaborar na

criação de novos céus. A Terra, nossa casa e nossa oficina, em plena paisagem cósmica,

espera por nós, a fim de que a convertamos em glorioso paraíso. 

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