terça-feira, 1 de novembro de 2011

EM FAVOR DOS DESENCARNADOS

                                         Tema – Meditação ante os que partiram  






  Não te encerres no passado, com a suposição de honrar a vida.  Cada tempo da criatura na Terra se caracteriza por determinada grandeza, que não será lícito falsear.  A infância tem a suavidade da semente que germina;  a juventude guarda o encanto da flor que desabrocha e a madureza apresenta a glória tranqüila da árvore frutescente.
         Não julgues que ames a alguém sem que lhe compreendas as necessidades de cada período da existência.  A isso nos reportamos a fim de que ajudes positivamente aos seres queridos que te precederam na grande romagem da desencarnação.  Sem dúvida, agradecem eles o carinho com que lhe conservas o retrato da forma física ultrapassada; contudo, ser-te-ão muito mais reconhecidos sempre que lhes reconstituas a presença através de algum ato de bondade a favor de alguém, cuja memória agradecida lhes recorde o semblante em momentos de alegria e de amor, que nem sempre no mundo puderam cultivar. 
      Decerto, sensibilizam-se ante a flor que lhes ofertas às cinzas, mas se regozijam muito mais com o socorro que faças a quem sofre, doado em nome deles, pelo qual se sentem mais atuantes e mais vivos, junto daqueles que ficaram...
         Quando mentalizes os supostos desaparecidos na voragem da  morte, pensa neles do ponto de vista da imortalidade e do progresso.  Um coração materno tem o direito de guardar por relíquias as roupas enfeitadas e curtas dos filhinhos que acalentou no berço, mas seria loucura impor-lhes a obrigação de usá-las, depois de homens feitos, sob o pretexto de que somente assim lhe retribuirão devotamento e ternura.
        Reverencia aqueles que partiram na direção da Vida Maior, mas converte saudade e pesar em esperança e serviço ao próximo, trabalhando com eles e por eles, em termos de confiança e reconforto, bondade e união, porquanto eles todos, acima de tudo, são companheiros renovados e ativos, aos quais fatalmente, um dia, te reunirás.

 Livro:   Encontro marcado - Emmanuel – Chico Xavier
      

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