Reconhecerás os potenciais divinos do coração humano, não só para que não
faltes ao culto da gratidão, mas também para que não falhes as expectativas do Mestre e
Senhor que te permitiu lhe trouxesses o nome na fachada do compromisso.
Muitos dirão que a Humanidade atingiu a bancarrota moral, que a civilização
retrocedeu, que o mal invadiu a moradia terrestre, que nenhum bem resta mais a fazer...
Continuarás, porém, crendo no homem e na sua capacidade infinita de
renovação e sublimação.
Muitos desancam. De toda a parte, servirás, leal ao teu posto.
Esquecerás os profetas do desanimo e os mentores do pessimismo, que
despendem o tesouro das horas comprando arrependimento com a palavra corrompida
em torno dos problemas da Terra em transição, e cumprirás os deveres que assumiste,
ainda que para isso te vejas sob o imperativo de jugular os teus ímpetos à reação, diante
do mal, com o que apenas favorecias a desordem.
Armar-te-ás de entendimento e abnegação, tolerância e conformidade, a fim de
que possas formar entre os lidadores que sustentam o combate multissecular e
incessante da criatura humana contra a força das trevas.
Inspirar-te-ás naqueles a quem os povos de hoje devem a sua estabilidade e
grandeza!... Lembrar-te-ás desses milhões de apóstolos desconhecidos!... Dos
professores que se apagara, para que os discípulos fulgurassem; dos pais que se
esqueceram entre as paredes domésticas, para que os filhos conseguissem crescer,
cooperando no levantamento de um mundo melhor; dos que retiveram o ouro sem
egoísmo, empregando-o criteriosamente, na formação do trabalho e do progresso, da
beneficência e da instrução, dos que se ofereceram em holocausto à ciência para que os
hospitais defendessem a vida contra a morte; dos que desistiram do conforto pessoal, a
fim de se consagrarem a palavra ou à pena, em horários de sacrifício sem remuneração
estabelecida na Terra, para que não escasseassem esclarecimento e consolo à mente
popular; dos que desencarnaram fiéis às responsabilidades que esposaram pelo bem dos
outros, conquanto pudesse haver repousado nos dias que os aproximavam da morte,
pela imposição do cansaço físico; dos que voluntariamente tomaram sobre os próprios
ombros os encargos dos companheiros que desertaram das boas obras; dos que não
permitiram que a injúria e a incompreensão, a calúnia ou a acusação indébita lhes
impedissem o trabalho no amparo aos semelhantes!...
Não somente recordarás esses justos que acenderam a luz de teu caminho, mas
igualmente segui-los-ás, amando e servindo sempre!...
Corrigirás o mal com o bem, afastarás a agressão com a paciência extinguirás o
ódio com o amor, desfarás a condenação com a benção.
Embora te sangrem os pés, palmilha com eles os heróis anônimos do Bem
Eterno, a estrada íngreme da ascensão, na certeza de que à frente de todos esses
pioneiros da imortalidade vitoriosa caminha Jesus, o Excelso Amigo, que um dia nos
prometeu com clareza, e segurança: “Aquele que me segue não anda em Trevas.”
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