quarta-feira, 22 de agosto de 2012

OS EVANGELISTAS

MATEUS (nome grego, Matháios, que significa “dom de Deus”, o mesmo que Teodoro). Seu nome
em hebraico era LEVI.
Diz Papias que “Mateus reuniu os “Logía” de Jesus (ou seja os discursos) , e cada um os traduziu
como pôde do hebraico em que tinham sido escritos”.
Todavia, jamais foi encontrada nenhuma citação de Mateus em hebraico, nem mesmo em aramaico.
Com efeito, em hebraico é que não escreveu ele, já que desde 400 anos antes de Cristo o hebraico não
era mais falado, e sim o aramaico, que é uma mistura de hebraico com siríaco. Parece, pois, que Papias
não tinha informação segura.
Um argumento em favor do hebraico ou aramaico de Mateus original são seus numerosíssimos hebraismos.
Entretanto, qualquer tradutor teria o cuidado de expurgar a obra dos hebraísmos. Se eles
aparecem em abundância, é mais lógico supor-se que o autor era judeu, e escrevia numa língua que ele
não conhecia bem, e por isso deixava escapar muitos barbarismos.
Supõe-se que Mateus haja escrito entre os anos 54 e 62.
Dirige-se claramente aos judeus (basta observar as numerosas citações do Velho Testamento e o esfor-
ço para provar que Jesus era o Messias prometido aos judeus pelos antigos Profetas) . Mateus mostrase
até irritado contra seus antigos correligionários.
MARCOS, ou melhor, JOÃO MARCOS, era sobrinho de Pedro. O nome João era hebraico, mas o
segundo nome Marcos era puramente latino. Não deve admirar-nos esse hibridismo, sabendo-se que os
romanos dominavam a Palestina desde 70 anos antes de Cristo, introduzindo entre o povo não apenas a
língua grega, como os nomes latinos e gregos. (Os romanos impuseram a língua latina às conquistas do
ocidente e a grega às do oriente, daí o fato de falar-se grego na palestina desde 70 anos antes de Cristo,
por coação dos dominadores) .
Marcos escreveu entre 62 e 66, e parece que se dirigia aos romanos, tanto que não vemos nele citações
de profecias; apenas uma vez (e duvidosa) cita o Velho Testamento. Mais: se aparece algo de típico dos costumes judaicos, Marcos apressa-se a esclarecer, explicando com pormenores o de que se trata,
como estando consciente de que seus leitores, normalmente, não no perceberiam.
LUCAS, abreviatura grega do nome latino Lucianus, não tinha sangue judeu: era grego puro, de nascimento
e de raça. Escreveu em linguagem correta, entre 66 e 70, interpretando o pensamento de Paulo
a quem acompanhava nas viagens apostólicas, talvez para prestar-lhe assistência médica, pois o pró-
prio Paulo o chama “médico querido” (cfr. 2.a Cor. 12:7) .
Todo o plano de sua obra é organizado, demonstrando hábito de estudo e leitura e de pesquisa.
JOÃO, chamado também “o discípulo amado”, e mais tarde “o presbítero”, isto é, o “velho”. Filho de
Zebedeu, e portanto primo irmão de Jesus, acompanhou o Mestre no pequeno grupo iniciático, com
seu irmão Tiago e com Pedro.
Clemente de Alexandria diz ter João escrito o “Evangelho Pneumático”. Sabemos que “pneuma” significa
“Espírito”. Então, é o Evangelho espiritual. Em que sentido? Escrito por um Espírito? “Pneumografado
”? Tal como hoje dizemos “psicografado”?
João escreveu entre 70 e 100, tendo desencarnado em 104.
Seu estilo é altaneiro, condoreiro e seu Evangelho está. repleto de simbolismos iniciáticos, tendo dado
origem a uma teologia.
Linguisticamente, Lucas é o mais correto e Marcos o mais vulgar testando Mateus e João escritos
numa linguagem intermediária.


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