PÁTRIA DO EVANGELHO

 

Como as individualidades, também as pátrias surgem no vasto

cenário das civilizações, com funções definidas, no concerto dos povos e

assim como o homem isolado possui uma zona de liberdade de ação, na

teia de circunstância da vida coletiva, também às nações é conferido, do

Alto, o direito de agir, no caminho das decisões de natureza coletiva, no

âmbito de serviços que lhes compete desempenhar na grandiosa oficina

da evolução humana.

A história é a bíblia sagrada dessas noções de direitos e deveres

isolados dos povos, objetivando-se a construção do progresso universal.

Enquanto os israelitas organizavam as luzes religiosas para o

futuro do mundo, os fenícios erguiam as bases econômicas dos fenômenos

da troca para a subsistência da vida material. Enquanto os gregos

pescavam as pérolas da filosofia, no oceano imenso de suas atividades

espirituais, os romanos preparavam os princípios de direito para a vida

prática.

Cada pátria é uma colméia de trabalhadores fabricando o mel de

sabedoria da existência, nos esforços purificadores e dolorosos, a caminho

da absoluta união de toda a família universal.

Com o advento do Cristo, há dois mil anos, felicitavam-se os

horizontes do planeta, com um roteiro novo e definitivo. O Evangelho,

com a simplificação de todas as estradas das criaturas humanas, na

humildade e no amor, buscou identificar os labores de todos os povos

entre si, mas a civilização ocidental não soube guardar as valorosas

virtudes de seus antepassados.

Um véu de sombras procurou perpetuar a ignorância no coração da

humanidade sofredora.

Novas missões coletivas foram dadas às nacionalidades do globo

que, abusando da sua linha de emancipação e liberdade, em considerável

maioria, se entregaram à sinistra embriaguez do imperialismo e da

ambição, fazendo jus às mais dolorosas expiações, quais as que se

verificam, desde muito, na totalidade dos países europeus.

Mas o relógio da evolução universal não pode estacionar, em face

da defecção dos homens. A hora do Cristo há de soar, no momento

oportuno. É por isso que, multiplicando-se em atividades, o mundo

espiritual, sob a determinação augusta do Divino Mestre, transplantou

para a América a árvore maravilhosa da fraternidade e da paz, a cuja

sombra cariciosa e divina, vamos encontrar o Brasil, sob a luz do Cruzeiro,

desempenhando a tarefa significadora de Pátria do Evangelho.

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