quinta-feira, 17 de março de 2011

O talismã divino

Entabularam os familiares interessante palestra, acerca das faculdades sublimes de que o
Mestre dava testemunho amplo, curando loucos e cegos, quando Isabel, a zelosa genitora de
João e Tiago, indagou, sem preâmbulos:
— Senhor, terás contigo algum talismã de cuja virtude possamos desfrutar? Algum objeto
mágico que nos possa favorecer?
Jesus pousou na matrona os olhos penetrantes e falou, risonho:
— Realmente, conheço um talismã de maravilhoso poder. Usando-lhe os milagrosos recursos,
é possível iniciar a aquisição de todos os dons de Nosso Pai. Oferece a descoberta dos
tesouros do amor que resplandecem ao redor de nós, sem que lhes vejamos, de pronto, a grandeza.
Descortina o entendimento, onde a desarmonia castiga os corações. Abre a porta às revelações
da arte e da ciência. Estende possibilidades de luminosa comunhão com as fontes divinas
da vida. Convida à bênção da meditação nas coisas sagradas. Reata relações de companheiros
em discordância. Descerra passagens de luz aos espíritos que se demoram nas sombras.
Permite abençoadas sementeiras de alegria. Reveste-se de mil oportunidades de paz com
todos. Indica vasta rede de trilhos para o trabalho salutar. Revela mil modos de enriquecer a
vida que vivemos. Facilita o acesso da alma ao pensamento dos grandes mestres. Dá comunicações
com os mananciais celestes da intuição.
— Que mais? — disse o Senhor, imprimindo ênfase à pergunta.
E após sorrir, complacente, continuou:
— Sem esse divino talismã, é impossível começar qualquer obra de luz e paz na Terra.
Os olhos dos ouvintes permutavam expressões de assombro, quando a esposa de Zebedeu
inquiriu, espantada:
— Mestre, onde poderemos adquirir semelhante bênção? Dize-nos. Precisamos desse
acumulador de felicidade.
O Cristo, então, acrescentou, bem-humorado:
— Esse bendito talismã, Isabel, é propriedade comum a todos. É “a hora que estamos atravessando”...
Cada minuto de nossa alma permanece revestido de prodigioso poder oculto,
quando sabemos usá-lo no Infinito Bem, porque toda grandeza e toda decadência, toda vitória
e toda ruína são iniciadas com a colaboração do dia.
E diante da perplexidade de todos, rematou:
— O tempo é o divino talismã que devemos aproveitar.

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