Lutero, certamente, deu a teologia
necessária para que acontecesse a revolução na Alemanha. Mas o
Império germânico, agora espanhol, continuou a tentar esmagar os
“hereges” ou revolucionários alemães numa guerra que se arrastou com
o Imperador Carlos V e seus sucessores, a partir de seu filho,
Felipe II. Tanto luteranos quanto fiéis à Igreja de Roma foram
queimados em fogueiras. A igreja alemã ficou profundamente dividida.
O filme quis apresentar que Lutero dividia o mundo.
Lutero detonou a Igreja e,
conseqüentemente, a sociedade na Alemanha e suas idéias tomaram
novas formas na Inglaterra, Suíça, também criaram problemas na
França, atingiram os paises nórdicos... Depois foram exportadas para
o novo Mundo.
Lutero marcou o começo do fim de uma
época e de um Império, de um modo de entender o mundo e a sociedade.
Lutero começou como Francisco de Assis, querendo reformar a Igreja,
pela volta a Jesus e ao Evangelho. Mas os tempos eram outros. Eram
tempos de Renascimento cultural e artístico, do começo das ciências
empíricas, da transformação das cidades em urbes comerciais e da
incipiente burguesia enriquecida pelo comércio. Com as viagens
intercontinentais inauguradas por Colombo, o comércio internacional
tomava novas formas e o ouro do novo mundo proporcionava a riqueza
suficiente para manter as guerras no centro europeu.
O Concílio de Trento quis fazer a
reforma da Igreja e, com ela, a divisão das igrejas tomou nova
forma.
De repente, aconteceu o desmoronamento
da sociedade medieval, num processo doloroso que desembocaria na
revolução francesa, com os ideais da liberdade, igualdade e
fraternidade. No fim levou, com montes de reticências históricas, à
separação definitiva de Igreja e Estado, em evidente benefício para
a Igreja que recuperou sua liberdade, hipotecada secularmente aos
interesses dos Estados.
Hoje, a doutrina da justificação pela
fé, que foi o motivo doutrinal de Lutero para a ruptura com Roma,
tem uma aceitação conjunta dos teólogos tanto luteranos quanto
católicos. As diversas traduções da Bíblia às línguas vernáculas são
um fato. Inclusive há traduções feitas por católicos, judeus,
protestantes conjuntamente e aceitas por todos.
As Igrejas tanto a católica quanto a
luterana e a anglicana, entre outras, nascidas da reforma, estão à
procura da unidade e da comunhão perdidas. A razão de ser da reforma
protestante, praticamente, se perdeu no espaço e no tempo. Hoje é,
mais uma vez, na Alemanha que tanto católicos quanto luteranos estão
à procura da unidade eclesial.
Uma coisa é certa: que a palavra de
Jesus, feita prece, não cai no vazio. E Jesus orou: “Pai: que todos
sejam um como tu e eu somos um. Que eles sejam perfeitos na unidade,
para que o mundo creia”.
- Título Original: Luther
- Gênero: Drama
- Direção: Eric Till
- Atores: Joseph Fiennes, Alfred Molina, Bruno Ganz, Jonathan Firth
- Tempo: 112 min.
- Lançamento: 2003
Filme excelente! Se Lutero soubesse que que os evangelicos iriam ficar piores que os católicos, teria desistido. Vendem milagres, e etc.
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