sábado, 3 de dezembro de 2011

Razão dos apelos

“Pelo que, sendo chamado, vim sem contradizer. Per-gunto pois: por que razão mandastes chamar-me?” – Pedro. (Atos, 10:29.)






A pergunta de Pedro ao centurião Cornélio é traço de grande significação nos atos apostólicos.
O funcionário romano era conhecido por suas tradições de homem caridoso e reto, invocava a presença do discípulo de Jesus atendendo a elevadas razões de ordem moral, após genero-so alvitre de um emissário do Céu e, contudo, atingindo-lhe o círculo doméstico, o ex-pescador de Cafarnaum interroga, sensa-to:
– “Por que razão mandastes chamar-me?”
Simão precisava conhecer as finalidades de semelhante exi-gência, tanto quanto o servidor vigilante necessita saber onde pisa e com que fim é convocado aos campos alheios.
Esse quadro expressivo sugere muitas considerações aos no-vos aprendizes do Evangelho.
Muita gente, por ouvir referências a esse ou àquele Espírito elevado costuma invocar-lhe a presença nas reuniões doutriná-rias.
A resolução, porém, é intempestiva e desarrazoada.
Por que reclamar a companhia que não merecemos?
Não se pode afirmar que o impulso se filie à leviandade, en-tretanto, precisamos encarecer a importância das finalidades em jogo.
Imaginai-vos chamando Simão Pedro a determinado círculo de oração e figuremos a aquiescência do venerável apóstolo ao apelo. Naturalmente, sereis obrigados a expor ao grande emissá-rio celestial os motivos da requisição. E, pautando no bom senso as nossas atitudes mentais, indaguemos de nós mesmos se possu-
ímos bastante elevação para ver, ouvir e compreender-lhe o espírito glorioso. Quem de nós responderá afirmativamente? Teremos, assim, suficiente audácia de invocar o sublime Cefas, tão-somente para ouvi-lo falar?


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