Dentre as emoções mais amargas sentidas pelos seres humanos está o arrependimento.
Ele chega tardiamente, embrulhado em sombras, trazendo o amargo do fel.
Insinua-se como tóxico penetrante, quando não irrompe desgovernado, produzindo desastre...
Nunca antecipa sua presença mas, quando chega, mata a esperança, subjuga a coragem e vence a resistência.
É útil para despertar a consciência e desastroso para a convivência demorada, porque destrói a vida.
Assim, o arrependimento deve ser aproveitado, pela alma que o sente, para elevar-se acima da sua influência perniciosa.
Quando
a luz do arrependimento se acende na consciência culpada, esta
visualiza, com nitidez, os desatinos cometidos e se julga
irremissivelmente perdida.
Mas o arrependimento, ao contrário do que se pensa, é bênção que enseja ao arrependido maturidade e convite à reparação.
É a porta que se abre para que a alma equivocada busque o acerto e se renove para Deus.
Assim, se o arrependimento nos visita, não façamos dele motivo para o desalento.
O
agricultor desavisado, que semeia espinhos ao invés de boas sementes,
ou desleixado, que permite o alastramento das ervas daninhas, quando se
dá conta de que sua lavoura corre perigo, não pode ficar se lamentando,
de braços cruzados.
Ao contrário, deve agir rapidamente para recuperar o tempo perdido.
Começa
por arrancar os espinheiros e limpar o eito. Depois é tempo de preparar
o solo e lançar sementes que produzam bons frutos.
Jesus,
profundo conhecedor dos mapas que norteiam a intimidade dos seres,
ensinou-nos como proceder quando visitados pelo arrependimento: Tomar do arado, e não olhar para trás.
Um exemplo célebre na História do Cristianismo é o de Maria de Magdala.
Mulher
jovem e bonita, se comprazia nos prazeres efêmeros e vazios. Mas,
quando vislumbrou uma proposta de felicidade efetiva, refez as metas,
fortaleceu os ânimos e seguiu com coragem.
Não
ficou isenta das consequências dos atos pretéritos, mas não vacilou
ante o campo que o Mestre lhe ofereceu para ser joeirado.
O profeta Ezequiel escreve, no Antigo Testamento, que o desejo do Criador não é a morte do ímpio, mas a eliminação da impiedade.
Mas para que haja a eliminação da impiedade é preciso que o ímpio caia em si, qual filho pródigo e volte-se para o Pai.
Assim,
se o arrependimento bater nas portas da nossa consciência, acolhamo-lo
com a tranquilidade de quem reconhece que se equivocou, mas que deseja,
sinceramente, refazer a lição com acerto.
* * *
Para evitar arrependimentos futuros convém que façamos, no momento presente, o melhor que estiver ao nosso alcance.
A consciência é guia seguro para nortear nossas atitudes, uma vez que nela estão inscritas as Leis Divinas.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Arrependimento, do livro Heranças de amor, pelo Espírito Eros, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 3 ed. Fep.
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