"Ninguém deve ser o profeta da morte e nem imitar a coruja agourenta, mas, enquanto você guardar oportunidade de amealhar recursos superiores para a vida espiritual, aumente os seus valores próprios e organize tesouros da alma, convicto de que sua viagem para outro gênero de existência é inevitável."
(André Luiz, Agenda Cristã, 14)
"Meus amigos, um assunto que não apreciamos muito mas do qual precisamos falar: desencarnação.
Todos nós, um dia, passaremos para o outro lado, levando na bagagem apenas o que fizemos de nós na Terra. E a pergunta é: como faremos esta travessia? De que forma chegaremos lá? Pelas palavras de Lísias, conclui-se que muitos de nós não estão desencarnando como espíritos que cumpriram favoravelmente o seu programa reencarnatório, mas sim como feridos de imensas batalhas, e que vão bater às portas da espiritualidade na condição de enfermos graves.
Não deveria ser assim, ao menos não mais entre nós, os que já possuem algum esclarecimento.
Pois raciocinemos: é desde sempre que o Mais Alto tem enviado ao Mundo os seu Mensageiros, trazendo informações importantes ao nosso crescimento moral e espiritual e à nossa ciência de que a vida levada na Terra reflete-se na forma de como se chega no Além.
"Não faça aos outros o que não queres que te façam."
"Conhece-te a ti mesmo."
"Ama ao próximo como a ti mesmo."
"Perdoa não sete vezes, mas setenta vezes sete."
Filósofos, profetas, iluminados... Vieram muitos, desde sempre!
O maior deles foi Jesus.
Depois veio o Espiritismo Consolador.
E após a codificação, inúmeros abnegados missionários do Alto encarnaram no orbe, principalmente no Brasil, trazendo maior luz para uma ampla compreensão da Boa Nova.
Orientações não nos faltaram desde sempre, e continuam não faltando.
Pelo seu volume e valor, deveríamos aportar no Além no máximo na condição de espíritos perturbados pelo desencarne, como é natural, com um ou outro óbice, visto sermos ainda espíritos em aprendizado e por isso mesmo passíveis de erro, porém não mais como doentes a
exigir cuidados intensivos e prolongados. Desencarnados ocupam pavilhões incontáveis nas colônias espirituais, segundo Lísias. Olhando-se por este ângulo, isso quase implica dizer que, para nós, o mergulho na carne, ao invés de oportunidade de elevação, significa armadilha que nos coloca a mercê de dificuldades maiores do que as que podemos suportar.
E sabemos que não é verdade. Deus dá a dificuldade sempre de acordo as com a nossa capacidade.
O peso da prova corresponde à força dos nossos ombros!
Viver, reconhecemos, não é fácil, de modo algum estamos dizendo que é fácil, mas não é impossível. Todo avanço pede empenho, todo nova lição requer esforço! Avançar é rasgar frentes e nem sempre o processo é indolor... No entanto, o que nos resta senão prosseguir? O caminho da felicidade real passa pela dificuldade e pela dor, e sim, nós podemos passar e completar o processo, porque estamos aptos para tanto! Aqueles que triunfaram antes de nós atestam desta verdade.
O que está faltando então?
Autoconhecimento? Exame acurado das próprias forças? Objetivo? Determinação? Vontade?
O que está sobrando, por parte de muitos é evidente: acomodação, indiferença, temor e apego exacerbado às paixões terrenas.
Drogas, bebidas, medicamentos, sexo e outras tantas rotas de fuga do ser humano, só o fazem adoecer, física e espiritualmente. E o espírito adoecido é frágil, vulnerável, requisitando cuidado especializado.
E estamos falando aqui dos que já podem receber o acolhimento devido. Lamentavelmente um imenso número de almas chega às portas do Além, diariamente, sem a menor condição de atendimento nos núcleos de socorro.
Então a pergunta é: até quando? Será que já não estamos prontos para reverter este quadro?
Será que grande número de nós já não está apto a chegar no outro lado minimamente melhor?
Vamos esvaziar os pavilhões espirituais, meus amigos, nos esforçando para chegar no Além não mais em frangalhos, almas que precisam de atenção prolongada para doenças facilmente superadas se aplicássemos ao coração, quando em vida, a máxima do Cristo: "Amai-vos uns aos outros como vos amei."
Nos curemos antes de partir. E sim, nós podemos fazer isso! E de que forma?
Levando a sério o próprio burilamento, honrando nosso compromisso com a evolução humana!... Compreendendo definitivamente o que significam de fato amor, humildade, fraternidade e perdão! Nos recompondo espiritualmente perante nós mesmos e do nosso próximo, sempre que equivocados... Recomeçando e refazendo lições, sem fugir à luta e sem se acovardar!
Aquele que consegue sobrepujar as dificuldades do caminho, sem se abater, crescendo com elas, invariavelmente chega forte e vigoroso no Além, pronto para prosseguir a jornada evolucional. Precisamos amadurecer, perder o medo da morte, nos conscientizar de que ela um dia vai acontecer, e nos fortalecer para este dia!
E mais que isso: Cultivar a certeza de que após a morte e em outro plano, a vida vai continuar e de que forma vai continuar depende de como desencarnamos!
Cultivemos objetivo, determinação e vontade!
Amemos a alegria, pratiquemos o perdão, estendamos o amor e a compaixão.
Trabalhemos pela erradicação do mal que ainda vive em nós, com afinco e humildade!
Cuidemos do espírito com o mesmo empenho com que zelamos pela saúde do corpo!
Na Terra, fustigada pela Covid 19 e suas variantes, medidas sanitárias rígidas, vacinas e restrições inúmeras conseguiram esvaziar pouco a pouco os hospitais.
Enquanto ainda na carne, usemos as mesmas referências profiláticas:
Higienizemos o campo mental.
Vacinemo-nos contra o Mal.
Restrinjamos nossa movimentação em ambientes corrompidos ou doentios.
E, acima de tudo, façamos da oração o nosso "fique em casa saudável" porque só a oração tem o poder de nos manter isolados de tudo o que pode infectar e adoecer o corpo e a alma.
"A Seara é imensa e os trabalhadores poucos", lamentou-se Jesus.
O mesmo Mestre que ordenou à Lazaro: "Levante-se-e ande!"
Então vamos deixar, espontaneamente, de pesar na já imensa massa hesitante e enfermiça da Seara, para nos enfileirar jubilosamente junto aos que, como Lázaro e todos os demais que já despertaram, estão em condições de "levantar e andar" com Jesus, para servir, para trabalhar!
Retornemos à pátria espiritual no dia aprazado como quem esteve num campo de batalha, é certo, mas, se me permitem o toque poético, um campo de batalha às avessas, onde lutar equivale a ganhar a vida, e não a perdê-la!...
E se possível trabalhando, pois a Seara prossegue imensa e os trabalhadores poucos.
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