sábado, 29 de janeiro de 2011

Operação Cavalo de Tróia

Ulisses, ao perceber as dificuldades para derrotar Tróia, arquitetou um plano que se tornou um dos mais famosos capítulos da mitologia grega: o Cavalo de Tróia.
Simulando a derrota, Ulisses deixou como oferenda, às portas de Tróia, um imenso cavalo confeccionado em madeira. Os troianos convictos da vitória, recolheram-no para dentro da fortaleza e prepararam uma grande festa para comemorarem o grande feito, afinal, haviam vencido os hábeis guerreiros gregos. Colocado no pátio principal de Tróia, os soldados troianos passaram a noite cantando e dançando em torno do enorme troféu de guerra.
   O tempo se escoou, embriagados pelo vinho, e vencidos pelo cansaço e pela sonolência que os dominavam, acabaram formando um imenso tapete de corpos inertes estendidos pelo chão. Nesse momento, quando o manto da noite acentuava a escuridão, soldados gregos escondidos no interior do enorme cavalo de madeira, surgiram através de uma fenda estrategicamente localizada na parte inferior da escultura e passaram todos no fio da espada. Os portões de Tróia foram escancarados para a regalia dos gregos.
   O Movimento Espírita é a grande Tróia que tem por missão, guardar, cultivar e disseminar o importante conhecimento revelado pelos espíritos em favor do esclarecimento humano.
   Os inimigos da grande Tróia Espírita são os adversários do progresso da humanidade, encarnados e desencarnados. Sentindo-se incapazes de vencerem a fortaleza de sabedoria edificada pelas as obras essenciais do Espiritismo, as quais, esclarecem e libertam as consciências, arquitetaram uma operação semelhante ao Cavalo de Tróia.
   Os desencarnados, em perfeita sintonia com os encarnados de consciências desprevenidas, passaram a estimular a imaginação dos neófitos da mediunidade e de médiuns descomprometidos com os ideais espíritas, inspirando obras ajustadas aos gostos mais diversos, porém, sutilmente desajustados da realidade doutrinária, as quais, superlotam as prateleiras das livrarias e dos Centros Espíritas, suprimindo o espaço que as obras fundamentais da verdadeira cultura espírita deveria ocupar.
Essa enxurrada de livros, ditos mediúnicos, transformou-se em um enorme Cavalo de Tróia inserido no Movimento Espírita que, do seu interior, fez emergir sorrateiramente os guerreiros das sombras estabelecendo polêmicas absurdas e uma visão equivocada do mundo espiritual.
   Essa ardilosa operação, sustentada pelo poder econômico e por um sofisticado recurso de marketing, dominou o mercado livreiro espírita, vulgarizando os valores espirituais.
   Mais do que nunca, neste momento crítico da evolução moral da humanidade, precisamos rever o que estamos fazendo ou deixando de fazer para que a mensagem consoladora do Espiritismo ocupe seu espaço nas consciências humanas, de forma clara e consistente, exatamente como nos foi entregue pelo emérito codificador.•

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