terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Pedido atendido


Um grupo grande de rapazes se encontrava fora dos muros do seminário, naquele dia frio de outono, em Israel. Desfrutavam do descanso, após intermináveis horas de aula.
Um deles apontou para o final da rua, para um pontinho que vinha crescendo, à distância, e chamou a atenção dos amigos.
Era um carro fúnebre solitário. Nem um único acompanhante.
Os rapazes ficaram tocados pela solidão do carro fúnebre. Onde estaria a família, os amigos? Seria possível que aquela criatura tivesse vivido tão afastada da comunidade, que nem um vizinho houvesse para acompanhar o corpo até o cemitério?
Ficaram em silêncio. Depois, decidiram seguir o carro. E resolveram entrar e convidar todos os estudantes para fazerem o mesmo.
Foram centenas de rapazes que escoltaram o carro fúnebre até o túmulo, em respeitoso silêncio.
Foi então que o rabino, o que dirigia o veículo, perguntou: Como é que vocês souberam da morte dela?
Os rapazes explicaram que não sabiam de quem se tratava. Que fizeram aquilo por compaixão, por sentirem vontade de praticar uma boa ação. Por acharem muito doloroso ver alguém ser enterrado tão sozinho. E disseram que pertenciam ao seminário.
O rabino se emocionou.
Amigos, a presença de vocês aqui foi ordenada. Há setenta anos, um rico empresário judeu doou um terreno muito caro para a comunidade. O objetivo era construir um seminário, esse mesmo onde vocês estudam.
Ele não somente construiu o seminário, como o manteve durante toda a sua vida.
Quando já idoso, os rabinos quiseram lhe prestar homenagens mas ele disse que não desejava ficar em evidência. Se algo pudessem fazer, que fizessem por sua única filha, seu único amor, um dia, quando ele já não estivesse ao lado dela para a auxiliar.
Os velhos rabinos, durante anos, mesmo depois da morte do benfeitor, tentaram se aproximar da jovem.
Mas, após a morte do pai, ela abandonou as tradições religiosas e se afastou da comunidade judaica.
Durante toda a sua vida foi internada várias vezes em hospitais psiquiátricos.
Os rabinos, que se lembravam da promessa, tentavam dar seu apoio, mas ela não queria. Teve uma  vida excêntrica, solitária.
Os rabinos foram morrendo e a promessa esquecida. Mas hoje, amigos, vocês vieram ao funeral dela.
Com a presença de vocês hoje aqui, vocês cumpriram a promessa de seu rabino e retribuíram a generosidade de seu benfeitor.
*   *   *
Não há nenhum gesto de bondade, de desprendimento que não mereça resposta.
O bem gera simpatia e a criatura atrai para si, de forma espontânea, o bem.
Por isso mesmo é que os Espíritos nos afirmam que o bem faz bem a quem o pratica.
Ele enche a alma de felicidade pela oportunidade da doação.
Quem quer que realize, de forma espontânea, boas ações será sempre um coração aberto a quem a Divindade enviará Seus filhos para serem auxiliados.

Redação do Momento Espírita, com base em fato narrado no livro Pequenos milagres, v. II, de Yitta Halberstam & Judith Leventhal, ed. Sextante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário