quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O Elitismo...

Precisamos conversar desapaixonadamente sobre o nosso movimento. É preciso que nós, os espíritas, compreendamos que não podemos nos distanciar do povo. É preciso fugir da tendência à "elitização" no seio do movimento espírita. É necessário que os dirigentes espíritas, principalmente os ligados aos órgãos unificadores, compreendam e sintam que o Espiritismo veio para o povo e com ele dialogar. É indispensável que estudemos a Doutrina Espírita junto com as massas, que amemos a todos os companheiros, mas sobretudo, aos espíritas mais humildes social e intelectualmente falando e deles nos aproximarmos com real espírito de compreensão e fraternidade. Se não nos precavermos, daqui a pouco estaremos em nossas casas espíritas apenas falando e explicando o Evangelho de Cristo às pessoas laureadas por títulos acadêmicos ou intelectuais e confrades de posição social mais elevada. Mais do que justo evitarmos isso, a "elitização" no Espiritismo, isto é, a formação do "espírito de cúpula", com evocação de infalibilidade, em nossas organizações.

Chico Xavier em: Encontros no Tempo - Francisco Cândido Xavier,
Espíritos Diversos, Hércio Marcos Cintra Arantes

Chico, estão querendo separar a parte científica, filosófica e religiosa da doutrina, dizendo que o Espiritismo não é religião, isto é, estão querendo tirar Jesus do Espiritismo. O que você acha de tudo isso?
       A resposta não se fez esperar:
    – Se tirarmos Jesus do Espiritismo, vira comédia. Se tirarmos religião do Espiritismo, vira um negócio. A doutrina Espírita é ciência, filosofia e religião. Se tirarmos a religião o que é que fica?
   A filosofia humana, embora seja uma conversa sem fim, tem ajudado a clarear o pensamento, mas não consola perante a dor de um filho morto.
   A ciência humana embora seja pergunta infindável, está aí em nome de Deus.
   Antigamente tínhamos a varíola, mas Deus inspirando a inteligência humana, nos deu a vacina e hoje a varíola está quase eliminada da face da terra.
  Sofríamos com o problema da distância, mas a bondade divina, inspirando a cabeça dos cientistas, nos trouxe o motor. Hoje temos o barco, o carro, o avião suprimindo distâncias... o telefone aliviando ansiedades... a televisão colocou o mundo dentro de nossas casas...
  Tínhamos medo da escuridão, mas a Misericórdia Divina nos enviou a lâmpada, através da criatividade humana.
  A dor nos atormentava, mas a compaixão divina nos enviou a anestesia.
  Há, porém, uma coisa em que a ciência não tem conseguido ajuda. Ela não tem conseguido eliminar o ódio do coração humano. Não há farmácias vendendo remédios contra o egoísmo, o orgulho, a vaidade, a inveja, o ciúmes... Não podemos pedir misericórdia a um computador.
 Jesus, porém, está na nossa vivência diária, porquanto em nossas dificuldades e provações, o primeiro nome de que nos lembramos, capaz de nos proporcionar alívio e reconforto, é Jesus.
 De maneira que se tirarmos religião fica um corpo sem coração, se tirarmos a ciência fica um corpo sem cabeça e se tirarmos a filosofia um corpo sem membros.
Extraído da "Revista Informação" do mês de julho de 2004

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