quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Incógnitas

“... Todos tendes más tendências a vencer defeitos a corrigir hábitos
a modificar; todos tendes um fardo mais ou menos pesado a depor para
escalar o cume da montanha do progresso. Por que, pois, serdes tão
clarividentes para com o próximo e cegos em relação a vós mesmos?







Analisas a obra assistencial e a criticas, afirmando que a tarefa poderia ser
muito melhor, que o atendimento requer técnicas mais apropriadas e que, se
outras prioridades fossem atingidas, então as metas sociais seriam mais
abrangentes.
Mas não te dispões a doar tuas mãos na realização de uma vida melhor
aos necessitados.
Analisas o expositor e o criticas, argumentando que a narrativa poderia ser
mais convincente e menos enfadonha. Que se ele lançasse mão de recursos
de oratória e tivesse um vocabulário mais rico, prenderia mais a atenção e
elucidaria melhor os ouvintes.
Mas não te dispões a ler e a estudar, e muito menos a falar em público no
serviço de reeducação das pessoas, retirando-as das crenças negativas que
bloqueiam vidas.
Analisas o administrador do serviço e o criticas, asseverando que ele
mantém posição intransigente e orgulhosa, e julgas que ele deveria ser mais
humilde e compreensivo no trato com os dirigidos.
Mas não te dispões a usar a mesma compreensão e humildade exigidas
dele, não percebendo que vês o cisco no olho dos outros, e não vês a trave no
teu.
Analisas a conduta alheia e a criticas, observando rigorosamente
procedimentos e atitudes que julgas inadmissíveis, e te colocas distante e
impermeável a condutas levianas.
Mas não te dispões a ajudar sinceramente a ninguém, e te esqueces de
que poderás vir a errar, pois todos os que vivem sobre a Terra são passíveis de
enganos e desacertos.
Analisas o governo do país e o criticas, julgando pela tua ótica que todos
os parlamentares ou ocupantes de cargos governamentais não são confiáveis
nem bons servidores, e que a nação está envolvida no caos.
Mas não te dispões a cooperar e nada fazes pela comunidade em que
vives, relegando somente aos governantes obrigações e deveres, esquecendo
que todos nós vivemos interligados e que depende também de ti o bem-estar e
a prosperidade da população.
Analisas dores e sofrimentos e criticas a vida, dizendo-te sozinho e
desamparado perante a Providência Divina e que Deus te abandonou.
Mas não te dispões a renovar-te, não te dando conta que, se não fizeres
auto-observação em teus atos e atitudes negativas, continuarás atraindo
energias desconexas que te descontrolarão o cosmo orgânico.
Incoerente é a posição de toda criatura que reclama, critica, ofende,
esbraveja e que nunca se faz apta a fazer algum bem, em favor de si mesma
ou dos outros.Perplexos ficamos todos nós diante das rogativas das pessoas que
solicitam ajuda com os lábios, e nunca com ações; que muito pedem e nunca
doam; que somente visualizam as necessidades próprias, e nunca vêem a vida
como um ritmo cósmico interconectado com todas as coisas, de maneira que o
“todo” é mantido pelo apoio das “partes”.
Examinemos, pois, com profundidade nossas críticas, porque elas
dificultam a transformação e o progresso de nossa existência, se não forem
estruturadas na reflexão e na reparação de nossos erros.
Para que não sejas uma incógnita na vida que Deus te proporcionou,
não faças crítica pela crítica, mas sim trabalha como e quanto puderes, sempre
em tua órbita de possibilidades, para que a prosperidade seja uma constante
em teus caminhos.

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