Meu amigo, você já olhou para o chão hoje?
Já reparou nas pequenas flores a beira das calçadas, das ruas, das estradas, nos gramados, nos jardins descuidados?
São singelas obras de arte que a natureza produz... São lindas e pequeninas, frágeis e perseverantes, e quase nada as faz desistir.
Nascem e parecem nascer a esmo - apenas Deus a semeia!, e coloridas e humildes continuam florindo os campos, os cantos, qualquer brecha serve para florir!...
Transformam o chão em que pisamos em caricioso tapete, que suaviza o passo e perfuma o ar...
Compõe um mundo miúdo que para nós, talvez, seja sem graça e sem importância nenhuma... Se as vemos, nem pensamos em colhê-las. São tão pequeninas! Talvez uma ou outra sirva para uma foto especial, que pode render prêmios, mas é só isso. Nenhum pensamento a favor de sua preservação, o desejo de pegar uma mudinha para levar para casa. É apenas "mato", e, apesar de linda, não enriquece jardim nenhum.
Assim, meus amigos, também um mundo miúdo nos cerca, mundo em forma de gente, gente humilde e tão pequena que poucos reparam nelas... São as pequenas flores da Criação que brotam ao nosso redor, aparentemente servindo à vida em regime de desimportância, humildes estrelinhas do Pai a enfeitar o solo do mundo, sem que o mundo ligue para elas.
Chegam em grande número e assim se vão... Plantinhas que crescem, florescem e vão embora, nas guerras, nas enchentes, nas catástrofes, nas epidemias, nas pequenas e grandes tragédias urbanas. Se vão em silêncio, como vieram... Pequenas, humildes, miúdas em importância e valor.
São almas em crescimento, na grande maioria. Outras, são almas já crescidas buscando na obscuridade do solo a humildade que talvez lhes falte.
Ao cruzar com uma delas hoje, olhe com respeito e gratidão.
São elas que tornam nosso caminhar mais suave, que abrandam o desconforto do dia a dia.
Limpam as nossas casas, cuidam de nossos filhos, carregam o lixo, varrem as ruas, constroem casas e prédios... Cuidam de nossa saúde, organizam nosso dia a dia, abrem e fecham portas, velam pela segurança, lavam e cozinham, manobram carros e ônibus, montam e desmontam feiras, levam e trazem alimentos... Cultivam roças imensas, plantam e colhem, cuidam dos bichos, alimentam as cidades... Enfim, um imensurável e perseverante exército de servidores que trabalha em benefício de todos mas que, de tão desimportante, quase não é notado.
Mas assim como a natureza sem as florezinhas silvestres seria incompleta, também nós sem os "miúdos" careceríamos de tudo.
Não os desdenhemos, porque precisamos deles. E eles de nós.
Que o maior cuide do menor com diligência, e o menor aprenda gratidão e lealdade.
Hoje pisamos na relva macia e perfumada.
Amanhã poderemos estar nela.
Tudo é aprendizado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário